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    Árvore genealógica mais antiga do mundo é reconstruída de tumba da Idade da Pedra

    Pesquisadores analisaram DNA extraído de 35 indivíduos que viveram aproximadamente há 5.700 anos e foram enterrados na Inglaterra

    Hannah Ryanda CNN

    A árvore genealógica mais antiga do mundo foi reconstruída por meio da análise de um antigo DNA retirado de uma tumba da Idade da Pedra, no Reino Unido, segundo um novo estudo publicado na quarta-feira (22).

    Os pesquisadores extraíram DNA dos ossos e dentes de 35 indivíduos enterrados ao longo de túmulos em Hazleton North, na região de Cotswolds-Severn, na Inglaterra. Eles descobriram que 27 deles eram parentes biológicos próximos e pertenciam a cinco gerações contínuas de uma única e extensa família.

    O grupo viveu por volta de 3700-3600 a.C  –aproximadamente 5.700 anos atrás. Os pesquisadores descobriram que a maioria das pessoas enterradas na tumba descendia de quatro mulheres que tiveram filhos com o mesmo homem.

    Arqueólogos e geneticistas de instituições de todo o mundo, incluindo a Universidade de Newcastle, na Inglaterra, a Universidade do País Basco, na Espanha, a Universidade de Vienna, na Áustria, e a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, estiveram envolvidos na pesquisa.

    Segundo os pesquisadores, o estudo, publicado na revista Nature, é significativo por revelar em detalhes como as famílias pré-históricas eram estruturadas.

    As descobertas fornecem novas percepções fascinantes sobre as práticas de parentesco e sepultamento durante o período Neolítico –o último período da Idade da Pedra.

    Iñigo Olalde, da Universidade do País Basco e da Fundação Ikerbasque, é o geneticista líder e coautor do estudo, e disse em um comunicado: “a excelente preservação do DNA na tumba e o uso das tecnologias mais recentes na recuperação e análise de DNA antigo nos permitiram descobrir a árvore genealógica mais antiga já reconstruída e analisá-la para compreender algo profundo sobre a estrutura social desses grupos antigos”.

    Os pesquisadores descobriram que as pessoas eram enterradas nas duas áreas compartimentadas em forma de L, em Hazleton North. As câmaras estavam localizadas ao norte e ao sul da parte central ou “coluna” da estrutura.

    Os homens geralmente eram enterrados com o pai e seus irmãos, sugerindo que a descendência era patrilinear, já que as gerações posteriores sepultadas na tumba estavam conectadas às gerações anteriores também colocadas ali, inteiramente composta por parentes do sexo masculino.

    Duas das filhas da árvore genealógica que morreram na infância também foram enterradas na tumba, mas a equipe encontrou uma ausência total de filhas adultas, sugerindo que seus restos mortais foram colocados nas tumbas de seus parceiros do sexo masculino com quem teriam filhos, ou enterrados em outro lugar.

    De acordo com o estudo, o direito de usar a tumba seguia linhas patrilineares –mas a escolha de onde os indivíduos seriam enterrados na área, com câmaras ao norte ou ao sul, dependia das mulheres da primeira geração das quais descendiam.

    Isso sugere que essa primeira geração de mulheres foi socialmente significativa nas memórias da comunidade em Hazleton North e ajuda a entender melhor sobre o parentesco neolítico e a importância das linhagens familiares nas práticas de sepultamento da Idade da Pedra, afirmaram os pesquisadores.

    David Reich, professor de genética da Universidade de Harvard, que esteve envolvido na pesquisa, disse: “este estudo reflete o que eu acho que é o futuro do DNA antigo: aquele em que os arqueólogos são capazes de aplicar análises de DNA antigo em resolução suficientemente alta para abordar as questões que realmente importam para eles.”

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