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    Área 51: entenda o que é a instalação secreta do governo dos EUA alvo de teorias da conspiração

    Alvo de teorias da conspiração envolvendo supostos estudos com alienígenas, base pertence à Força Aérea dos EUA

    Da CNN

    Alienígenas capturados após acidentes com Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs)? Tecnologia extraterrestre? Testes com naves de outro mundo? Diversas teorias da conspiração rondam a Área 51, uma base confidencial localizada em um deserto no estado de Nevada, nos Estados Unidos.

    Muitas pessoas especulam o que acontece lá dentro — vários filmes relacionam a instalação a estudos alienígenas –, mas poucas realmente a conhecem. A CNN explica o que é a Área 51.

    Veja também: OVNIs: militares americanos cobram respostas da Casa Branca

    É uma instalação de teste para a Força Aérea dos EUA (oficialmente)

    A Área 51 é uma instalação confidencial da Força Aérea dos Estados Unidos no Campo de Testes e Treinamento no estado de Nevada, uma enorme instalação do governo fora da cidade de Las Vegas, a principal da região.

    Foi originalmente usada pela CIA, o serviço secreto americano, como um local para desenvolver e testar o avião de reconhecimento U-2, destinado a espionar a União Soviética, segundo Annie Jacobsen, jornalista e autora do livro “Area 51: An Uncensored History of America’s Top Secret Military Base” (Área 51: Uma história não censurada da Base Militar Ultra Secreta da América, em tradução livre).

    A agência começou a utilizar a instalação em julho de 1955 para desenvolver a aeronave. Com a capacidade de voar a mais de 21 km, o U-2 “era comumente confundido com um OVNI por civis no solo, que não podiam imaginar como algo poderia estar voando tão alto”, pontuou Jacobsen.

    A instalação da Força Aérea dos Estados Unidos comumente conhecida como Área 51 é um destacamento remoto da Base Aérea de Edwards, dentro do Campo de Teste e Treinamento de Nevada
    A instalação da Força Aérea dos Estados Unidos comumente conhecida como Área 51 é um destacamento remoto da Base Aérea de Edwards, dentro do Campo de Teste e Treinamento de Nevada / DigitalGlobe via Getty Images via Getty Images

    De acordo com a CIA, o nome Área 51 vem de sua designação no mapa. Também foi anteriormente referida como “Paradise Ranch” (Rancho do Paraíso, em tradução livre), para tornar a instalação mais atraente para aqueles que estariam trabalhando lá.

    “Paradise Ranch” foi então abreviado para “The Ranch” (O Rancho). Outros apelidos incluem “Watertown” (Cidade da Água) e “Dreamland” (Terra do Sonho).

    A gestão da instalação foi entregue à Força Aérea dos EUA no final de 1970. Mas o governo não reconheceu publicamente sua existência até 2013, quando a CIA publicou documentos desclassificados (sem sigilo), confirmando que foi usada como uma instalação de teste para os programas de vigilância aérea U-2 e A-12 OXCART.

    De acordo com esses documentos, o sigilo em torno da Área 51 era para manter as informações longe da União Soviética – não para encobrir evidências de vida extraterrestre.

    Em 2012, termina o financiamento para o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, o escritório secreto de OVNIs do Pentágono. O escritório gastou US$ 22 milhões em cinco anos coletando e analisando o que consideravam “ameaças aeroespaciais anômalas”.

    O presidente Barack Obama se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a mencionar a Área 51. Ele fez isso no Annual Kennedy Center Honors — um evento em que são entregues honrarias a artistas — no final daquele ano. “Até então, era oficialmente um segredo de Estado”, colocou Jacobsen.

    Atualmente, a Área 51 é usada como campo de treinamento aberto para a Força Aérea dos EUA.

    Cenário perfeito para teorias da conspiração

    Quando o governo dos EUA finalmente reconheceu a Área 51, ela havia sido usada por décadas como cenário para teóricos da conspiração.

    “A Área 51 está entre as bases mais misteriosas e secretas, o que só aumenta o fascínio público e o conhecimento sobre ela”, destacou Jacobsen à CNN.

    Talvez a teoria da conspiração mais conhecida seja a de que a Área 51 abrigava uma espaçonave alienígena que supostamente caiu em Roswell, no Novo México, em 1947, junto com os corpos dos pilotos.

    O suposto OVNI era, na verdade, partes de balões, sensores e refletores de radar dos destroços de um projeto secreto do governo destinado a “determinar o estado da pesquisa soviética de armas nucleares”, de acordo com um relatório da Força Aérea de 1994.

    Mas a Área 51 realmente não entrou na consciência pública até 1989. Foi quando um homem chamado Bob Lazar afirmou em uma entrevista a uma rede de notícias local que havia trabalhado no local para fazer engenharia reversa no que ele disse ser uma espaçonave alienígena abatida.

    A entrevista de Lazar e as alegações que ele fez “revelaram esta base secreta com grande repercussão. E, desde então, a tradição, a mitologia e o suspense só cresceram em torno da Área 51”, ponderou Jacobsen.

    Então, o que há na Área 51?

    De acordo com Jacobsen, os Estados Unidos trabalham com engenharia reversa em tecnologia na Área 51.

    Hoje, disse ela, a tecnologia estrangeira capturada em campos de batalha no exterior é trazida para a Área 51 para ser submetida a engenharia reversa e testada.

    “Portanto, se quisermos aprender sobre um sistema de radar, por exemplo, ele é enviado para a Área 51 e voamos com nossa própria aeronave contra ela para tentar descobrir os segredos de nossos inimigos”, explicou.

    Questionada sobre essa afirmação, a Força Aérea dos EUA disse à CNN, em parte: “Por razões de segurança operacional, não fornecemos informações detalhadas sobre que tipo de operações ocorrem em áreas específicas da Campo de Testes e Treinamento de Nevada”.

    Quanto ao que as pessoas poderiam encontrar se realmente invadissem a Área 51, Jacobsen não especularia, dizendo que é “o que impulsiona o pensamento de conspiração”.

    Mas a instalação é “o berço do que é chamado de ISR – inteligência, vigilância e reconhecimento [em tradução livre]”, afirmou.

    “Então, pensar que o governo federal não tem uma ideia clara de quem está lá, quando chegou lá e onde está agora é extremamente ingênuo”. Não há como alguém chegar perto da instalação classificada”, comentou.

    Em última análise, é quase impossível imaginar no que o governo poderia estar trabalhando atrás dos muros da Área 51, ponderou.

    “O trabalho da comunidade de inteligência militar é criar sistemas de armas e plataformas de vigilância que ninguém possa imaginar. Eles não estariam fazendo seu trabalho se pudéssemos imaginar corretamente o que eles estavam fazendo”, ressaltou.

    “Invasão à Área 51; eles não podem impedir todos nós”

    Em julho de 2019, uma sátira foi feita no Facebook com a Área 51: criaram um evento intitulado “Storm Area 51, They Can’t Stop All of Us” (“Invasão à Área 51; eles não podem impedir todos nós”, em tradução livre), promovendo um “ataque” à base para “ver os aliens”.

    Mais de 1,5 milhão de pessoas confirmam presença para o evento, que estava marcado para o dia 20 de setembro daquele ano.

    Então, no dia marcado, aproximadamente 200 pessoas apareceram do lado de fora dos portões da Área 51 para a “invasão” à instalação.

    Duas pessoas foram presas, de acordo com o xerife do condado de Lincoln. Uma prisão foi relacionada a álcool, e um cidadão canadense foi preso por atentado ao pudor.

    Uma mulher chegou perto da delimitação de área proibida e foi brevemente detida e liberada no local.

    Mas e os alienígenas?

    Teorias da conspiração e desinformação, segundo Annie Jacobsen, servem apenas para manter o verdadeiro propósito da instalação desconhecido.

    “A ideia de que o público acredita que aeronaves voadoras não identificadas – ou como a Marinha disse recentemente, fenômenos aéreos não identificados – são do espaço sideral, ajuda a manter a cobertura dos fatos verdadeiros de seus programas secretos”, disse ela.

    “Resta saber quais são esses fatos verdadeiros”, finalizou.

    (Publicado por Tiago Tortella, com informações de Dakin Andone, da CNN)

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