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    Aquamação: entenda a alternativa ecológica à cremação escolhida por Desmond Tutu

    Corpo do vencedor do Nobel da Paz foi enterrado na Cidade do Cabo após passar pelo processo que não emite gases nocivos do efeito estufa

    Por Ghazi BalkizJennifer Hauserda CNN*

    Membros da família se reuniram neste domingo (02) para se despedir do herói anti-apartheid Desmond Tutu em um culto privado na Catedral de São Jorge, onde suas cinzas foram enterradas, na Cidade do Cabo, na África do Sul.

    Por seu próprio pedido, o corpo do vencedor do Prêmio Nobel da Paz foi submetido à aquamação — considerada uma alternativa mais ecológica à cremação —, confirmou a Igreja Anglicana da África do Sul à CNN no sábado.

    Aquamação é um processo à base de água cujo nome científico é “hidrólise alcalina”, em que uma “combinação de fluxo de água suave, temperatura e alcalinidade são usados para acelerar a degradação de materiais orgânicos” quando um corpo é colocado para descansar no solo, de acordo com a Bio-Response Solutions, empresa norte-americana especializada no processo.

    O site da empresa diz que o processo “usa 90% menos energia do que a cremação com chamas e não emite gases nocivos do efeito estufa”.

    De acordo com a Cremation Association of North America (CANA), uma organização internacional sem fins lucrativos, a hidrólise alcalina é também conhecida como cremação sem chama.

    O corpo é colocado em uma máquina de hidrólise alcalina, composta por uma câmara hermética preenchida com uma solução à base de água e produtos químicos alcalinos.

    A seguir, a câmara é aquecida, liquidificando o corpo e deixando apenas ossos, de acordo com o site da CANA.

    Assim que os ossos estiverem secos, eles podem ser pulverizados. “O processo resulta em aproximadamente 32% a mais de restos cremados do que a cremação à base de chama e pode exigir uma urna maior”, de acordo com a CANA.

    Tutu era apaixonado por proteger o meio ambiente — ele fez muitos discursos e escreveu artigos sobre a necessidade de agir para enfrentar a crise climática.

    Em 2007, ele escreveu um artigo intitulado “This Fatal Complacency” (“Essa Complacência Fatal”, na tradução) para o Guardian, no qual abordava o impacto preocupante que as mudanças climáticas estavam tendo no Sul global e nas comunidades pobres, assim como grande parte da América do Norte e da Europa ainda enfrentariam condições climáticas extremas causadas pela emergência climática.

    Além de solicitar uma alternativa ecológica à cremação de seu corpo, Tutu também tomou outras medidas para garantir que o funeral fosse tão modesto quanto seu estilo de vida – seu corpo foi colocado em um caixão simples de pinho, que era o “mais barato disponível” conforme seu pedido, disseram as fundações de Tutu.

     

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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