‘Aprender pelos números é a forma mais eficiente’, diz bióloga isolada na Itália
Sabrina Simmon avalia que o Brasil deve aprender com o país europeu
Para Sabrina, as medidas de isolamento têm sido eficazes entre os italianos também por conta do clima e da cultura do país. “Aqui, na Itália, a epidemia começou no inverno e é mais comum que o enclausuramento já seja um comportamento, porque aqui, no norte, é mais frio, e os italianos já estão acostumados com isso”, avalia. “E esse é um comportamento ao qual os brasileiros ainda não estão acostumados, porque no Brasil acabamos de sair de um verão e não está tão frio para ficar recluso.”
Ela ainda diz que os dados de casos e mortes confirmados mostram que a quarentena e o isolamento surtiram efeito no país, e ajudaram a evitar o colapso total do sistema de saúde. “A curva epidémica aqui na Itália tem seguido um padrão um pouco achatado. O normal para o padrão dessa doença seria uma curva muito mais íngreme e rápida. E isso significa que, quando as pessoas estão reclusas, a doença se propaga de uma forma mais devagar, evitando um colapso do sistema de saúde”, exemplifica.
A bióloga acredita que as medidas foram essenciais para evitar o aumento do caos no país. “Ou seja, se a população não estivesse reclusa nesse momento, possivelmente, a situação seria muito, muito pior, porque teríamos muito mais casos e óbitos ao mesmo tempo, o que tornaria ainda mais difícil manter o atendimento”, conclui.
De acordo com números da Universidade Johns Hopkins, a Itália registrou, até a noite desta sexta, 86 mil casos confirmados, 9,1 mil mortes e 10,9 mil pessoas recuperadas da COVID-19.