Após votação de impeachment, Trump defende punição aos invasores do Capitólio
Presidente coloca panos quentes na principal acusação de processo de cassação e se queixa de exclusão das redes sociais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou vídeo nesta quarta-feira (13) defendendo punições aos manifestantes que invadiram a sede do Congresso americano no último dia 6. Trump buscou se afastar daqueles que depredaram o Capitólio.
“Eu, quero ser muito claro, condeno a violência que vimos na semana passada. A violência e o vandalismo não tem espaço no nosso país”, disse o presidente na gravação.
O vídeo é o primeiro pronunciamento de Donald Trump após a Câmara dos Deputados aprovar o seguimento de um processo de impeachment contra ele. O republicano é acusado de ter “incitado à insurreição” ao incentivar os protestos que resultaram na invasão.
“A invasão ao Capitólio feriu a nossa República e irritou muitos americanos”, afirmou o presidente. Sem citar o Partido Republicano, ele falou em um “movimento” político a seu favor e disse que os atos de vandalismo não representam esse grupo.
“A violência de turba vai contra tudo que acredito e tudo o que o nosso movimento acredita. Nenhum apoiador meu pode desrespeitar as forças policiais”, prosseguiu Trump, que afirmou apoiar medidas de repressão contra manifestações armadas esperadas para os próximos dias, sobretudo para o dia 20, data da posse do presidente eleito Joe Biden.
O protesto em frente ao Capitólio buscava questionar a certificação da vitória de Biden e da vice-presidente eleita Kamala Harris, partindo do princípio propagado pelo atual presidente — e descartado em dezenas de ações na Justiça — de que o pleito de 3 de novembro teria sido alvo de fraudes.
Além de colocar panos quentes naquelas que são as principais alegações dos democratas para concluir o impeachment, o presidente Donald Trump ainda aproveitou para se dizer alvo de “censura” e de ataques à liberdade de expressão.
“Todos os cidadãos devem ter ouvido suas vozes ouvidas de forma pacífica e respeitosa”, criticou.
Nos últimos dias, Trump foi suspenso ou banido de diversas redes sociais, incluindo aquelas que ele mais utilizava para suas falas públicas, como o Twitter. Ele é acusado de violar os termos de uso das plataformas repetidas vezes em suas postagens.
Impeachment
A Câmara dos Representantes aprovou o seguimento do processo de impeachment nesta quarta-feira (13), com 231 votos a favor e 197 contra. A aprovação já era esperada, uma vez que a Casa tem maioria democrata, mas Trump sofreu um revés adicional com o voto favorável ao impedimento de 10 deputados republicanos.
Apesar de a maioria do partido ter votado com o presidente, trata-se do apoio mais expressivo a um impeachment da parte de seus próprios correligionários.
No Senado, onde o primeiro pedido de cassação de Trump foi rejeitado em 2020, essa defecção republicana precisará crescer para que o atual presidente seja condenado. Os democratas precisam do voto de 17 senadores do Partido Republicano para concretizar o impedimento.