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    Após tempestade, prefeito de Nova York diz EUA precisam mudar estratégias rapidamente

    Chuvas provocadas pela tempestade Ida causaram pelo menos 46 mortes e inundaram metrôs e ruas da cidade; mais de 20 casas ficaram destruídas ou danificadas em Nova Jersey

    Madeline Holcombeda CNN

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    Depois que a tempestade Ida varreu a costa leste dos Estados Unidos deixando pelo menos 46 mortos, sobreviventes examinam os danos da tragédia enquanto o prefeito da cidade de Nova York pede para que todos vejam a tempestade como “o maior alerta que poderíamos receber”.

    “Estamos em um novo mundo agora, vamos ser francos”, disse o prefeito Bill de Blasio, acrescentando que a intensidade e a frequência das tempestades estão aumentando e os Estados Unidos terão que mudar suas estratégias para eventos climáticos rapidamente.

    No final desta quinta-feira (2), a Casa Branca disse que o presidente Joe Biden aprovou uma declaração de emergência para Nova York e Nova Jersey devido às condições do local após a devastação que deixou pelo menos 39 pessoas mortas nos estados vizinhos.

    Mais de 20 milhões de pessoas continuam sob alerta de enchentes, já que toda a água da chuva flui para riachos, córregos e rios maiores. Alguns rios devem permanecer acima do estágio de inundação durante o fim de semana.

    “Temos que começar do zero enquanto estamos de luto”, disse Amrita Bhagwandin, moradora do Queens, em Nova York, ao apresentador Chris Cuomo, da CNN. “Temos que ver como podemos seguir em frente. Porque se você vê a situação aqui, é muito inseguro, muito insuportável. A morte está sobre nós.”

    A casa de Bhagwandin sofreu sérios danos durante a enchente, mas sua maior tristeza foi a morte de seus vizinhos, uma mãe e um filho. O marido de Bhagwandin, Sahadeo, disse que o bairro já teve problemas com enchentes anteriormente. E os residentes do local precisam de mais ajuda.

    “Precisamos de muita ajuda neste bairro e, ao longo dos anos, fomos negligenciados. Vim para cá em 2003 e, de 2003 a 2021, tivemos inundações e nada foi feito”, disse Sahadeo Bhagwandin. “Temos vários projetos que foram concluídos neste bloco, mas isso não está resolvendo o problema que temos.”

    A tempestade Ida atingiu a costa do país no último domingo, na Costa do Golfo, com a força de um furacão de categoria 4. E embora tenha se enfraquecido para uma depressão tropical, ainda teve um impacto poderoso quando atingiu outras localidades dos Estados Unidos.

    Além das 39 mortes em Nova York e Nova Jersey, houve quatro mortes atribuídas à tempestade na Pensilvânia e uma em Maryland, Connecticut e Virgínia.

    A governadora de Nova York, Kathy Hochul, disse que quer respostas. “Eu quero saber quem sabia o quê, quando e o que poderia ter sido feito de forma diferente porque os nova-iorquinos merecem saber o que estamos fazendo para aprender com este evento e garantir que isso não aconteça novamente”, disse Hochul a Anderson Cooper, da CNN.

    Mas para garantir que isso não aconteça novamente é preciso lutar contra a mudança climática, disse Hochul. Ela defendeu uma transição contínua no estado para uma energia neutra em carbono.

    “Não temos escolha, meus amigos, o futuro sobre o qual falamos em termos terríveis, esse futuro é agora. Está acontecendo, estamos perdendo vidas, estamos perdendo propriedades e não podemos continuar neste caminho.”

    Vídeo amador mostra veículos presos em enchente que atingiu Nova York
    Vídeo amador mostra veículos presos em enchente que atingiu Nova York / @Furrybluedragon/Instagram via Reuters

    Mais de 20 casas destruídas ou danificadas em Nova Jersey

    Pelo menos oito tornados foram confirmados nesta quarta-feira: quatro na Pensilvânia, três em Nova Jersey e um no sudeste de Massachusetts, de acordo com pesquisas realizadas pelo Serviço Nacional de Meteorologia.

    Em Nova Jersey, o tornado em Mullica Hill foi classificado como EF-3 com ventos de 150 mph, segundo os dados. O tornado destruiu ou danificou severamente 25 casas, disse o tenente da polícia David Marrow.

    Centenas de árvores foram derrubadas e a energia elétrica de um terço do município de South Jersey interrompida, disse Marrow.

    “Isso vai levar algum tempo para consertar, não há dúvidas sobre isso”, disse o governador Phil Murphy, em frente a uma das casas destruídas.

    Por mais aterrorizantes que sejam os tornados, nenhuma das 23 mortes causadas pela tempestade no estado está relacionada a eles, disse Murphy, acrescentando que acredita que os moradores levaram os avisos de enchente menos a sério do que os avisos de tornado.

    “Os avisos de tornado foram emitidos na mesma hora em que surgiram os avisos de enchente”, disse Murphy. “Todos, quando receberam o aviso de tornado, foram para seus porões e acho que muitas pessoas pensaram que poderiam lidar com enchentes e, infelizmente, algumas delas em suas casas ou em seus carros, perderam a vida.”

    Pessoas presas dentro de ônibus inundado

    O perigo das enchentes ficou prontamente aparente na cidade de Nova York, onde o departamento de polícia fez 69 resgates na água e 166 fora da água das enchentes, disse o chefe do departamento Rodney Harrison.

    Mais de 800 passageiros do metrô foram evacuados, relatou o chefe do Departamento de Polícia de Nova York, Rodney Harrison, nesta quinta-feira. E outros 500 nova-iorquinos foram resgatados de estradas, edifícios e estações de metrô inundadas, segundo o Departamento de Gerenciamento de Emergências da cidade de Nova York.

    Em meio ao caos, a motorista de ônibus de Nova York, Rosa Amonte, se tornou viral da noite para o dia depois de levar os passageiros para um local seguro, mesmo com 3 a 4 pés de água enchendo o ônibus.

    “Pessoas literalmente de pé em seus assentos para garantir que não se afogassem dentro de um ônibus”, disse Hochul. “Ela ficou lá, ela dirigiu, durante a noite e fez o que era necessário para levar as pessoas com segurança.”

    Kristina Sgueglia, Laura Ly, Mirna Alsharif, Liam Reily, Taylor Ward, Rob Frehse e Raja Razek, da CNN, contribuíram para esta reportagem.
    (Este texto é uma tradução. Para ler o original, em inglês, clique aqui)

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