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    Após nove meses na presidência dos EUA, Biden continua sem peça chave no governo

    Democrata ainda não preencheu o cargo de diretor do Escritório de Administração e Orçamento, peça fundamental na composição da administração federal

    Kate Sullivanda CNN

    O presidente dos EUA, Joe Biden, continua sem um nome para ocupar um cargo chave em seu gabinete: o de diretor do Escritório de Administração e Orçamento (OMB).

    Nove meses após assumir a presidência, o democrata ainda não definiu quem vai ocupar o cargo, desconhecido para a maioria dos americanos, mas parte incrivelmente poderosa do governo federal dos EUA.

    Shalanda Young atua como diretora interina desde março, depois que a Casa Branca retirou a indicação de Neera Tanden para a função porque ela não tinha apoio suficiente no Senado. Tanden foi nomeada secretário da equipe da Casa Branca na sexta-feira.

    “Quando você é um professor substituto, não importa quão bom você seja como educador, você ainda está limitado em sua capacidade de ter toda a gama de impacto que você realmente deseja”, disse Max Stier, presidente da Partnership for Public Service, em analogia à situação atual.

    “Qualquer pessoa que se preocupe com o que governo faça deve se atentar a quem dirige o OMB, e ter um temporário não é suficiente”, completou.

    A falta de um diretor permanente tornou-se mais evidente à medida que os democratas procuram usar o processo de reconciliação do orçamento para aprovar a peça central da agenda doméstica de Biden – um pacote multitrilhões de dólares para expandir a rede de segurança social do país.

    O OMB supervisiona todo o desenvolvimento e execução do orçamento e tem influência significativa sobre a agenda do presidente.

    Stier descreveu o OMB como “o centro nervoso de nosso governo”, que faz com que diferentes agências e escritórios trabalhem em conjunto para tratar de questões como a pandemia da Covid-19, crise climática e questões de segurança nacional.

    Além do desenvolvimento e execução do orçamento, o OMB analisa uma série de políticas e regras em todo o governo federal.

    Lisa Gilbert, vice-presidente da Public Citizen, uma organização sem fins lucrativos de defesa do consumidor, observou que embora Young seja “certamente capaz de exercer o poder e esteja qualificada para fazê-lo, há algum peso e importância em ter o título.”

    Um funcionário da Casa Branca disse à CNN que “Young tem sido uma líder incrivelmente eficaz do OMB e está desempenhando um papel vital como parte da equipe sênior que está trabalhando para cumprir a agenda econômica do presidente”.

    “O Escritório de Administração e Orçamento está em boas mãos sob sua liderança e continuará a desempenhar um papel fundamental e central no trabalho do governo”, afirmou a fonte.

    Nas próximas semanas, a diretora interina vai se ausentar do escritório para ver o nascimento da filhar, disse um porta-voz da agência à CNN. Enquanto ela estiver fora, continuará a ocupar o cargo e delegará as responsabilidades do dia-a-dia ao vice-diretor de gestão, Jason Miller.

    Depois que a indicação de Tanden não deu certo, muitos democratas no Capitólio pressionaram Young, que Biden havia indicado para vice-diretora, para obter o cargo principal.

    Em particular, o Congressional Black Caucus se reuniu atrás dela, assim como a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e toda a sua equipe de liderança democrata da Câmara. Young foi a primeira mulher negra a servir como diretora de equipe democrata no Comitê de Dotações da Câmara e recebeu elogios de membros republicanos e democratas do Congresso por seu trabalho nessa função.

    Ela também se encaixou bem com uma equipe de longa data de conselheiros de Biden, de acordo com vários membros do governo. Isso fez muitos especularem que era apenas uma questão de tempo antes que ela fosse nomeada para o cargo principal e confirmada pelo Senado.

    No entanto, também houve pressão para que o presidente indicasse um asiático-americano para o cargo. Os líderes da etnia pediram a Biden que escolhessem Nani Coloretti, que atuou como subsecretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano no governo Obama e é descendente de filipinos.

    Muitos líderes de descendência asiática estão frustrados com a falta de representatividade no Gabinete. Tanden, que é descendente indiana, teria sido a primeira mulher asiático-americana a liderar o OMB.

    Anne Joseph O’Connell, professora de direito na Stanford Law School, diz que geralmente funcionários em exercício têm a mesma autoridade formal que um funcionário confirmado para o cargo, mas que “funcionários em exercício podem ter menos poder prático”.

    “Como eles não são confirmados para a posição específica, não têm a mesma estatura na prática e isso pode ter efeitos em termos das pessoas abaixo deles, pode ter efeitos em termos de como os membros do Congresso se sentem a respeito deles. Mas também podem, dependendo é claro dos relacionamentos, serem importantes para a Casa Branca “, disse O’Connell à CNN.

     

    (Texto traduzido. Leia o original aqui)

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