Ao menos 200 civis morreram por bombas de fragmentação russas na guerra, diz Ucrânia
Outras 533 pessoas ficaram feridas; uso desse armamento é alvo de crítica de diversos países
Ao menos 200 civis foram mortos e outros 533 ficaram feridos por bombas de fragmentação russas na Ucrânia desde o início da guerra, disse o gabinete do procurador-geral ucraniano em um comunicado nesta sexta-feira (4).
Segundo a nota, Kharkiv, Mykolaiv e Kherson foram as cidades mais afetadas. O escritório destacou o ataque de abril de 2022 a uma estação ferroviária na cidade oriental de Kramatorsk como um dos piores casos com munições de fragmentação.
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“Nesse dia, pelo menos 53 pessoas morreram e 135 ficaram feridas. Posteriormente, foi confirmado que foi um míssil balístico disparado pelas tropas russas do sistema Tochka-U, que atingiu a estação ferroviária naquele dia, onde os civis se reuniam com a intenção de sair para um lugar mais seguro”, ressaltou o escritório.
A declaração reiterou que o uso de bombas de fragmentação contra civis é “uma violação grosseira da lei humanitária internacional, das Convenções de Genebra e de vários outros tratados internacionais, pois esse armamento tem um efeito indiscriminado e um poder destrutivo significativo”.
As tropas ucranianas começaram a disparar essas bombas fornecidas pelos Estados Unidos como parte de sua contra-ofensiva contra a Rússia, afirmaram dois oficiais dos EUA e outra pessoa informada sobre o assunto à CNN no mês passado.
Essas munições espalham bombas em grandes áreas, o que permitiria às forças ucranianas atingir grandes concentrações de forças e equipamentos russos com menos cartuchos de munição.
Mas as bombas também podem não explodir com o impacto, representando um risco de longo prazo para quem as encontrar, semelhante às minas terrestres.
O Reino Unido, França, Alemanha e outros aliados importantes dos EUA proibiram as munições sob a Convenção sobre Bombas de Fragmentação, mas os americanos e a Ucrânia não são signatários da proibição.
O presidente Vladimir Putin disse que a Rússia tem um estoque e considerará usá-los contra a Ucrânia “se forem usados contra nós”. Mas a Rússia já usou as munições várias vezes na Ucrânia, informou a CNN anteriormente, inclusive em áreas densamente povoadas.