Análise: Irã tenta ressignificar ataque terrestre de Israel no Líbano com ofensiva aérea
Fernanda Magnotta alerta para a possibilidade de o conflito escalar além do controle inicial, tanto do lado israelense quanto do iraniano
O Irã lançou um ataque aéreo contra o território israelense nesta terça-feira (1°), em resposta à recente operação terrestre de Israel no sul do Líbano. A analista de Internacional Fernanda Magnotta avalia que esta ação iraniana busca ressignificar o movimento israelense, alertando para possíveis desdobramentos e escalada do conflito na região.
Segundo Magnotta, Israel caracteriza sua operação no Líbano como uma ação isolada e direcionada, visando mitigar a capacidade ofensiva do Hezbollah.
No entanto, a analista ressalta que tentativas anteriores de Israel de ocupar a região ou desmobilizar o Hezbollah não foram bem-sucedidas, citando como exemplo a invasão ao Líbano em 1982, que resultou em uma ocupação malsucedida de 18 anos.
Possível escalada do conflito
A especialista alerta para a possibilidade de o conflito escalar além do controle inicial, tanto do lado israelense quanto do iraniano.
Magnotta questiona se o ataque do Irã seria apenas uma resposta pontual, como ocorreu em abril, ou se poderia ser o início de uma guerra com potencial de intensificação contínua.
Neste cenário, o papel dos Estados Unidos e de outros atores internacionais ganha relevância. Como aliados históricos de Israel, os EUA têm reafirmado seu apoio, fornecendo recursos financeiros, militares, treinamento e compartilhamento de inteligência.
No entanto, Magnotta observa que os americanos têm sido cautelosos, evitando envolver-se diretamente no conflito.
Implicações geopolíticas
A analista destaca que uma participação mais direta dos Estados Unidos no conflito poderia provocar a entrada de outros atores aliados do Irã, especialmente a Rússia.
Isso poderia resultar em um polo de disputa geopolítica na região, aumentando significativamente a complexidade do conflito.
Magnotta conclui alertando para os riscos de uma possível escalada, que poderia transformar um conflito regional em uma disputa de proporções globais, envolvendo potências como Estados Unidos e Rússia, cenário que nenhum dos atores envolvidos deseja ver concretizado.