Análise: Impopulares governos de Israel e Irã precisam um do outro
Primeiro-ministro israelense busca manter guerra em curso para evitar eleições que possivelmente o tirariam do poder, analisa Lourival Sant'Anna
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estaria interessado em prolongar ao máximo o conflito entre Israel e Irã, segundo avaliação do analista de Internacional da CNN, Lourival Sant’Anna.
De acordo com Lourival Sant’Anna, os impopulares governos de Netanyahu e do Irã “precisam realmente um do outro” para demonstrar que são necessários para defender um país do outro.
Provocação de Netanyahu
O analista afirma que Netanyahu “provocou essa ação do Irã” conscientemente, ao ordenar um ataque contra o consulado iraniano em Damasco no dia 1º de abril, visando a cúpula da Guarda Revolucionária Iraniana ligada ao Hezbollah na Síria.
Essa ação teria motivado a resposta iraniana de atacar um veículo com três filhos e quatro netos do líder do Hamas, Ismael Ranier, em um momento em que Israel negociava a libertação de reféns com o grupo palestino.
Impopularidade e eleições
Sant’Anna aponta que, se eleições fossem realizadas hoje, as pesquisas mostram que Netanyahu provavelmente perderia o cargo para a oposição. Segundo o analista, o primeiro-ministro quer “estender essa guerra o máximo possível”, idealmente até as eleições presidenciais dos EUA, onde espera contar com o apoio de Donald Trump, com quem tem grande proximidade.
O analista lembra que ainda que três filhos e três netos de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, foram mortos no dia em que Israel estava negociando a libertação dos reféns com o Hamas, “exatamente em onde estava Ismail Haniyeh”, analisa Sant’Anna.