Análise: Forças da ONU não estão se mostrando efetivas
Lourival Sant'Anna afirma que se a Unifil tivesse impedido ataques do Hezbollah, Israel não precisaria invadir o Líbano. Netanyahu promete continuar agindo "sem piedade"
O analista de assuntos internacionais da CNN Lourival Sant’Anna avaliou que as forças da ONU não estão se mostrando efetivas no conflito do Oriente Médio. Ele destacou a complexidade da situação na região, especialmente no que diz respeito à atuação da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil).
Segundo o especialista, a Unifil foi estabelecida após a primeira invasão israelense ao Líbano em 1978 e tinha o objetivo de monitorar a chamada “linha azul” e evitar ataques mútuos entre forças libanesas e israelenses.
No entanto, o cenário mudou drasticamente com o surgimento do Hezbollah na década de 1980.
Ineficácia da Unifil
Lourival explicou que a Unifil “não tem condições militares de impor o mandato” estabelecido em 2006, que visa impedir que o Hezbollah ocupe a região sul do Líbano.
“Se elas tivessem conseguido impedir os ataques do Hezbollah contra Israel, Israel não precisaria ter invadido o Líbano”, afirmou o analista.
O especialista também destacou que Israel tem historicamente ignorado a lei internacional e a autoridade da ONU. Ele citou as resoluções que exigiam a retirada israelense dos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, que nunca foram cumpridas.
Ataques a instalações da ONU
Lourival mencionou os recentes ataques israelenses a instalações da ONU em Gaza, incluindo hospitais e acampamentos da agência para refugiados palestinos.
Segundo ele, Israel justificou essas ações alegando que 12 dos 14 mil funcionários da agência teriam participado do ataque do Hamas, o que levou à desautorização de toda a organização.
O analista concluiu ressaltando a importância do trabalho realizado pela agência da ONU para os refugiados palestinos na Faixa de Gaza, apesar das acusações israelenses.
A situação permanece tensa, com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometendo continuar agindo “sem piedade”, ignorando apelos de organismos internacionais.