Américo Martins: Irã sabe que não teria chance em confronto direto com Israel
Américo Martins afirma que regime iraniano sabe que não teria chances contra Israel em um conflito direto, apesar de apoiar grupos como Hezbollah
O analista sênior de assuntos internacionais Américo Martins avalia que o Irã não demonstra intenção de se envolver diretamente no conflito entre Israel e o Hezbollah no Líbano. Segundo ele, o regime iraniano está ciente de que não teria chances em um confronto direto com Israel neste momento.
A análise surge em meio à incursão terrestre israelense em território libanês, que provocou uma resposta do Hezbollah com o lançamento de foguetes contra o norte e a região central de Israel. Martins destaca que o grupo extremista libanês, apoiado pelo Irã, promete continuar seus ataques e tentar deter a invasão israelense.
Preparação do Hezbollah e estratégia de resistência
O analista ressalta que o Hezbollah se preparou longamente para um possível conflito com Israel, contando com armamentos e uma rede de túneis e posições secretas para proteger seus militantes e arsenal. No entanto, Israel já conseguiu destruir parte significativa desses recursos em sua campanha aérea.
Martins também menciona a morte de um líder do Hezbollah como uma vitória importante para Israel, embora o grupo continue prometendo resistência. “Eles têm uma chance maior de alguma resistência às forças israelenses no terreno, já que eles também se prepararam para uma guerra com Israel há muito tempo”, explica.
Papel do Irã e cautela iraniana
Apesar de não se envolver diretamente, o Irã desempenha um papel crucial no conflito ao armar, treinar e apoiar grupos como o Hezbollah e o Hamas, que fazem parte do que Teerã chama de “eixo de resistência” contra Israel e os Estados Unidos.
Martins observa que o regime iraniano está agindo com cautela, evitando um confronto direto com Israel, especialmente considerando o atual empoderamento militar e político israelense. “O regime do Irã sabe que num confronto direto com Israel não teria muita chance neste momento”, afirma o analista.
Objetivos de Israel e advertência histórica
O analista aponta que o objetivo imediato de Israel é combater o Hezbollah, mas as declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sugerem ambições maiores para o futuro. No entanto, Martins faz uma advertência histórica, lembrando que outras potências, como os Estados Unidos, já tentaram redesenhar o mapa político do Oriente Médio sem sucesso.
“Outros poderes, inclusive mais poderosos do que Israel, já tentaram fazer isso. Estados Unidos, por exemplo, quando invadiu o Iraque que prometia redesenhar completamente o mapa político do Oriente Médio e falhou nisso”, alerta Martins, sugerindo cautela na análise dos desdobramentos futuros do conflito.