Americana que matou homem por suposto tráfico sexual é condenada; ela alega legítima defesa
Chrystul Kizer atirou contra Randall Volar em 2018, aos 17 anos; tribunal fixou pena em 11 anos
Uma mulher de Milwaukee, nos EUA, que alegou estar imune a processo porque o homem em quem ela atirou fatalmente fazia tráfico sexual contra ela foi sentenciada a 11 anos de prisão, de acordo com documentos do Tribunal do Condado de Kenosha.
Chrystul Kizer – que no início deste ano se declarou culpada de homicídio culposo no caso – também cumprirá cinco anos de liberdade condicional, disse o promotor público do condado de Kenosha, Michael Graveley, à CNN, em um e-mail nesta segunda-feira.
“Os 11 anos são menos 570 dias porque ela cumpriu parte do tempo enquanto aguardava julgamento”, disse Graveley.
Kizer atirou em Randall Volar, de 34 anos, em sua casa em Kenosha, no Wisconsin, em 2018, quando ela tinha 17 anos, segundo disseram promotores do Tribunal do Condado de Kenosha.
Ela atirou na cabeça de Volar, queimou sua casa e roubou seu BMW, informou a Associated Press. Ela foi inicialmente acusada de vários crimes, incluindo homicídio doloso de primeiro grau, incêndio criminoso, roubo de carro e posse de uma arma de fogo.
Kizer, que é negra, alegou que foi traficada por Volar, que era branco, desde quando tinha 16 anos.
A Suprema Corte de Wisconsin decidiu em 2022 que uma lei estadual que absolve vítimas de tráfico de responsabilidade criminal por crimes cometidos como resultado direto do tráfico se estende ao homicídio doloso de primeiro grau.
O tribunal decidiu que a equipe jurídica de Kizer deveria ter a oportunidade de apresentar evidências no julgamento de que os crimes dos quais ela foi acusada foram “um resultado direto da violência que ela sofreu”, de acordo com uma declaração do Chicago Community Bond Fund.
A decisão permitiu que Kizer argumentasse que ela tinha justificativa para o assassinato. Mas também disse que Kizer deve primeiro fornecer evidências para um juiz de primeira instância de que sua decisão de matar Volar estava conectada ao tráfico antes que ela pudesse invocar imunidade, informou a agência de notícias AP.
A americana afirma que a morte de Volar foi resultado de legítima defesa, segundo o fundo de fiança, mas em maio deste ano ela se declarou culpada de uma acusação reduzida de homicídio culposo, afirmam documentos judiciais.
Com 17 anos na época, ela colocou uma arma na mochila em junho de 2018 e viajou de Milwaukee para a casa de Volar em Kenosha depois de dizer ao namorado que atiraria nele porque estava cansada de ser tocada por ele, informou a AP, citando documentos judiciais.
A CNN entrou em contato com os advogados de Kizer para comentar.
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