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    “Alvos que estabelecemos estão sendo atingidos”, diz Putin sobre guerra na Ucrânia

    Presidente da Rússia alegou "desnazificação" da Ucrânia e anunciou compensação em rublos para famílias de soldados mortos

    Rafaela LaraVinícius Tadeuda CNN* , em São Paulo

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (3) que “todos os alvos que estabelecemos [na Ucrânia] estão sendo atingidos”. De acordo com ele, a “operação militar especial” segue conforme o esperado e irá acabar “com essa anti-Rússia criada pelo Ocidente”.

    “A operação militar especial está saindo estritamente de acordo com o planejado, exatamente de acordo com o cronograma. Todos os alvos que estabelecemos estão sendo atingidos. E um relatório detalhado será enviado”, disse Putin.

    Em seu pronunciamento televisionado, o líder russo fez uma série de alegações sem provas contra as forças ucranianas, incluindo que elas estariam mantendo cidadãos estrangeiros como reféns e os usando escudos humanos.

    Rebatendo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Putin negou que os militares russos estejam impedindo a saída de civis. De acordo com ele, as tropas russas estão oferecendo saídas para civis ucranianos escaparem dos conflitos através de corredores humanitários.

    Ajuda financeira para militares

    O presidente russo classificou seus soldados como “heróis”, e anunciou ainda uma compensação em rublos às famílias de soldados mortos e militares feridos na guerra na Ucrânia.

    “Haverá uma compensação de 5 milhões de rublos por todas as baixas, todos os feridos e nossos soldados também receberão seguros e outros tipos de compensação”, disse Putin. O presidente também afirmou que caso um soldado não consiga terminar seu serviço, também será recompensado.

    O líder russo considerou que “na Ucrânia, nossos soldados lutam pela Rússia” e defendeu um aumento na remuneração das tropas que participam da “operação militar especial”.

    Segundo ele, os soldados russos estão sendo “extremamente corajosos” e já destruíram diversos tanques e veículos das tropas ucranianas.

    Tropas russas estão “combatendo neonazistas”

    Os comentários televisionados de Putin pareciam destinados a refutar declarações de governos ocidentais e agências de inteligência de que a campanha da Rússia tropeçou diante de problemas logísticos, erros táticos e resistência mais feroz do que o esperado da Ucrânia.

    Além disso, o líder russo fez questão de insistir em ataques, sem provas, contra as forças ucranianas. Segundo Putin, a população da Ucrânia está ficando assustada por conta da propaganda nacionalista.

    Putin afirmou que os soldados russos estão fazendo de tudo para que o conflito não tenha vítimas e afirmou que a Rússia luta pela “desnazificação e desmilitarização da Ucrânia”. “Ninguém pode nos ameaçar, principalmente com ameaças de armas nucleares”, afirmou.

    O presidente da Rússia também voltou a dizer que muitos ucranianos “seguram essa bandeira nazista”. Putin disse que “é claro para nós que estamos combatendo os neonazistas”.

    Ele ainda alegou que durante o combate as tropas russas perceberam a presença de “neonazistas e mercenários estrangeiros, alguns vindos do Oriente Médio” que estariam utilizando civis como escudo humano. “Isso é exatamente a atitude de extremistas”, considerou.

    Entenda o conflito

    Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.

    Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

    O que se viu nas horas a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev.De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

    Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

    A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

    A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

    *Com informações da Reuters e da CNN Internacional

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