Alemanha investiga assassinato de 3 mulheres em ataque com faca em Wuerzberg
Imigrante somali de 24 anos atacou vítimas em loja após pegar faca em departamento de cozinha; polícia vê indícios de radicalização e problemas psicológicos
Autoridades da Alemanha investigam um ataque com faca cometido por um homem na cidade de Wuerzberg, na sexta-feira (25), que matou 3 mulheres e feriu outras 5 gravemente.
O suspeito, cuja violência foi interrompida quando a polícia o prendeu, era um imigrante somali de 24 anos que teve problemas de saúde mental no passado. Como é prática na Alemanha, ele não foi identificado.
As autoridades presumem que o suspeito agiu sozinho, mas ainda estão investigando se havia algum motivo religioso para o ataque, disse o ministro do Interior regional, Joachim Herrmann.
Herrmann citou uma testemunha dizendo que antes de começar o ataque o suspeito gritou “Allahu akbar”, uma frase árabe que significa “Deus é grande” e que é frequentemente associada a atos de militância islâmica quando usada por agressores.
“As indicações de radicalização, neste caso islâmico, e de problemas psicológicos não necessariamente excluem um ao outro… isso deve ser objeto de uma investigação mais aprofundada”, disse Herrmann.
O homem foi ao departamento de cozinha de uma loja e perguntou a um assistente onde estavam as facas, disse o chefe da polícia regional Gerhard Kallert. Ele pegou uma delas e esfaqueou e matou a vendedora e mais duas mulheres na loja.
Depois, ele feriu gravemente outras cinco mulheres, além de uma criança, em um banco e na rua. Ele foi encurralado por pessoas que passavam pelo local antes de a polícia atirar em sua coxa, disse Kallert.
A polícia encontrou o telefone e os panfletos do homem com mensagens de ódio durante uma busca em um abrigo para sem-teto, mas ainda os estava avaliando, disse Kallert, acrescentando que ainda não estava claro se o suspeito tinha intencionalmente mulheres como alvo.
Uma das feridas ainda lutava por sua vida, enquanto duas haviam recebido alta do hospital, disse o chefe da polícia, Martin Wilhelm.
Os residentes colocaram flores e velas do lado de fora da loja.
O suspeito morava em Wuerzburg desde 2015, ano em que a Alemanha abriu suas fronteiras para mais de um milhão de migrantes e refugiados que fugiam da guerra e da pobreza.
Ele foi registrado como residente em um estabelecimento para desabrigados e duas vezes este ano foi colocado em tratamento psiquiátrico obrigatório, uma vez depois de uma briga com outros residentes envolvendo uma faca, mas sem ferimentos, disse o promotor Wolfgang Gruendler.
Cinco anos atrás, Wuerzburg, uma antiga cidade de 130.000 habitantes a cerca de 100 km a sudeste de Frankfurt, foi palco de um ataque com faca a um trem por um solicitante de asilo paquistanês de 17 anos, no qual cinco pessoas ficaram feridas, duas gravemente.