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    Agência de alimentos da ONU suspende entregas no norte de Gaza

    Alvise Armellinida Reuters

    O Programa Mundial de Alimentos (PMA) anunciou na terça-feira (20) que está interrompendo as entregas de ajuda alimentar ao norte de Gaza até que as condições no território ocupado por palestinos permitam uma distribuição segura.

    “A decisão de interromper as entregas ao norte da Faixa de Gaza não foi fácil, pois sabemos que isso significa que a situação lá se deteriorará ainda mais e mais pessoas correrão o risco de morrer de fome”, disse o PMA, agência de alimentos das Nações Unidas, com sede em Roma, em um comunicado.

    Três agências da ONU – o PMA, a Organização Mundial da Saúde e o Unicef – disseram na segunda-feira (19) que os alimentos e a água potável são “incrivelmente escassos e as doenças são abundantes, resultando em um surto de desnutrição aguda” em Gaza, após mais de quatro meses de guerra entre Israel e Hamas.

    A crise de alimentos é particularmente grave no norte, onde, em janeiro, uma em cada seis crianças com menos de dois anos de idade foi registrada como desnutrida, e onde “a situação provavelmente está ainda mais grave hoje”, disseram as agências.

    O PMA afirmou que havia retomado as entregas de alimentos no norte no domingo (18), depois de terem sido suspensas por três semanas devido a um ataque a um caminhão da agência de refugiados palestinos da ONU (UNRWA) e à “ausência de um sistema de notificação humanitária em funcionamento”.

    Um comboio de caminhões começou a seguir em direção à Cidade de Gaza, mas teve dificuldades para progredir, pois multidões famintas tentaram atacar os caminhões, que então enfrentaram tiros quando entraram na cidade, disse a agência.

    No dia seguinte, caminhões do PMA foram saqueados entre Khan Younis, no sul, e Deir al Balah, no centro de Gaza, e um motorista foi espancado, segundo a agência.

    Os militares israelenses iniciaram sua ofensiva para erradicar o Hamas em Gaza após o ataque do grupo islâmico ao sul de Israel em 7 de outubro, no qual, segundo Israel, 1.200 pessoas foram mortas e 253 foram feitas reféns pelo grupo militante islâmico. Desde então, mais de 29.000 pessoas foram mortas em Gaza, segundo as autoridades de saúde da Faixa governado pelo Hamas.

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