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    Agência da ONU alerta para piora da qualidade do ar associada às ondas de calor

    À CNN Rádio, o professor do Instituto de Física da USP Paulo Artaxo afirmou que nenhum governo está fazendo algo significativo para combater as mudanças climáticas

    Poluição em São Paulo vista do Pico do Jaraguá
    Poluição em São Paulo vista do Pico do Jaraguá TLMELO/Flickr

    Amanda Garciada CNN

    Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial apontou que a interação entre poluição e fatores meteorológicos pode causar uma “penalidade climática” para milhares de pessoas ao redor do mundo.

    Segundo o documento, o aumento das ondas de calor associado aos incêndios florestais e queimadas neste século deve piorar a qualidade do ar, prejudicando a saúde humana e os ecossistemas.

    “Realmente a qualidade do ar está deteriorando rapidamente no mundo todo por causa da maior incidência de queimadas, nos EUA, Europa e Brasil”, concordou o professor do Instituto de Física da USP, Paulo Artaxo.

    Em entrevista à CNN Rádio, além disso, ele explicou que “não estamos sendo capazes de reduzir as emissões de poluentes atmosféricos, a mudança climática está alterando profundamente o padrão das emissões de gases de efeito estufa e poluentes que trazem danos à saúde da população.”

    O especialista reforça que, se nada for feito, “podemos esperar que a situação possa se agravar ao longo dos próximos anos”, impactando na saúde de milhões de pessoas.

    “É uma tarefa urgente para a sociedade” combater essas emissões de gases de efeito estufa.

    No entanto, Artaxo alerta que “nenhum governo está fazendo algo significativo”, já que a “ciência alerta há 50 anos” dos riscos do aquecimento global.

    “Apesar dos alertas, Acordo de Paris e conferências do Acordo Climático, nenhuma redução significativa foi feita, as emissões ainda estão aumentando em torno de 2 a 4%”, completou.

    O professor destaca que reverter este quadro é “possível, mas difícil.”

    A melhora passa por uma “mudança no padrão de consumo das populações, redução da desigualdade social, e que a indústria de petróleo se volte para a produção de energia eólica e solar.”

    Ele avalia que ações individuais são importantes, mas o impacto só será amenizado com políticas públicas que englobem toda a sociedade.

    *Com produção de Isabel Campos