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    Adolescente de Gaza cria sistema para iluminar barraca da família

    Garoto de 15 anos foi apelidado de "Newton de Gaza"

    Saleh Salem e Ibraheem Abu Mustafada Reuters , Rafah, Faixa de Gaza

    Usando dois ventiladores que pegou em um mercado de sucata e conectou a alguns fios, o adolescente Hussam Al-Attar criou sua própria fonte de eletricidade para iluminar a barraca onde ele e sua família estão vivendo depois de serem deslocados pelo ataque de Israel a Gaza.

    Em reconhecimento à sua engenhosidade, as pessoas do acampamento ao redor deram a ele um apelido: Newton de Gaza.

    “Começaram a me chamar de Newton de Gaza devido à semelhança entre mim e Newton”, disse Al-Attar, de 15 anos.

    “Newton estava sentado embaixo de uma macieira quando uma maçã caiu em sua cabeça e ele descobriu a gravidade. E nós aqui estamos vivendo na escuridão e na tragédia, e foguetes estão caindo sobre nós, por isso pensei em criar luz e consegui.”

    O cientista inglês Isaac Newton, que fez imensos avanços em física, matemática e astronomia no final do século 17 e início do século 18, se destaca no imaginário popular devido à história da maçã.

    Mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão agora amontoados em Rafah, na extremidade sul da faixa, junto à cerca que a separa do Egito.

    A família Al-Attar fixou sua barraca no flanco de uma casa de um andar, permitindo que Hussam subisse no telhado e instalasse seus dois ventiladores, um acima do outro, para funcionar como pequenas turbinas eólicas capazes de carregar baterias.

    Em seguida, ele conectou os ventiladores a fios que passavam pela casa e usou interruptores, lâmpadas e um pedaço fino de madeira compensada que se estendeu até a barraca para criar um sistema de iluminação para sua família.

    Ele disse que suas duas primeiras tentativas falharam e levou algum tempo para desenvolver o sistema até que conseguiu fazê-lo funcionar na terceira tentativa.

    “Comecei a desenvolvê-lo ainda mais, pouco a pouco, até que consegui estender os fios pelo cômodo até a barraca em que estamos morando, para que a barraca tivesse luz”, afirmou ele.

    “Fiquei muito feliz por ter conseguido fazer isso, porque aliviei o sofrimento da minha família, da minha mãe, do meu pai doente, dos filhos pequenos do meu irmão e de todos aqui que estão sofrendo com as condições em que vivemos durante esta guerra.”

    A guerra foi desencadeada por militantes do grupo Hamas que invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas e sequestrando 253, de acordo com Israel.

    Prometendo destruir o Hamas e libertar os reféns, Israel respondeu com um ataque militar total a Gaza que matou mais de 27.000 pessoas, de acordo com autoridades de saúde locais, e causou deslocamento em massa e fome.

    Em meio ao desespero, Al-Attar ainda mantinha seus sonhos e ambições.

    “Estou muito feliz que as pessoas deste campo me chamem de Newton de Gaza, porque espero realizar meu sonho de me tornar um cientista como Newton e criar uma invenção que beneficiará não apenas o povo da Faixa de Gaza, mas o mundo inteiro.”

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