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    Acordo assinado por Ucrânia e Rússia trará alívio no preço de alimentos, diz professor

    À CNN Rádio, Vitélio Brustolin reforçou que este é o primeiro grande acordo selado durante a guerra na Ucrânia

    Amanda Garciada CNN

     

    O acordo assinado por Ucrânia e Rússia para reabrir portos para a exportação de grãos no Mar Negro vai significar “um alívio no preço dos alimentos”, avaliou o professor de Relações Internacional da Universidade Federal Fluminense, Vitélio Brustolin.

    “Atualmente na Ucrânia, por exemplo, há cerca de 20 a 25 milhões de toneladas de grãos prontas para serem embarcadas na região de Odessa e que fazem com que a inflação do mundo inteiro suba, especialmente pelo preço dos alimentos”, disse, em entrevista à CNN Rádio.

    Ele lembrou que a Ucrânia e a Rússia, em guerra desde a invasão russa em 24 de fevereiro, são os maiores exportadores agrícolas do mundo.

    O território ucraniano é composto por 55% de terras aráveis, e é o quinto maior exportador de trigo, além de estar no top 3 de exportadores de milho, cevada e sementes de girassol.

    Para Vitélio Brustolin, a assinatura é um “passo positivo, é o primeiro grande acordo selado durante a guerra, é uma boa notícia, inclusive para o Brasil, que tem ¼ dos fertilizantes utilizados vindos da Rússia.”

    No entanto, o professor destaca que “há pormenores” no acordo: “Vai ser feito um ponto de controle em Istambul, na Turquia, para a Rússia ter certeza de que navios que deixem a Ucrânia não voltem com armamentos e o mesmo acontecerá com navios russos.”

    Ele reforça que o escoamento dos grãos não começará imediatamente e que a tendência é de que ele comece em meados de agosto.

    “Vai levar tempo até os grãos chegarem e existe a questão das minas marítimas, que são difíceis de ver e carregam até 20kg de dinamite, deve haver limpeza dessas áreas menores para não explodir embarcações.”

    Brustolin apontou que o acordo é válido por quatro meses, renovável automaticamente por mais quatro: “A expectativa é de que, por mês, sejam escoados 8 milhões de toneladas de grãos, o que já é uma grande notícia”.

    *Com produção de Bruna Sales e Isabel Campos

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