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    Aborto por telemedicina é tão eficaz e seguro quanto em consulta presencial, diz estudo dos EUA

    Descoberta acontece após direito ao procedimento ser limitado em várias partes do país

    Reversão do direito ao aborto nos EUA provoca aumento da demanda por métodos contraceptivos de emergência
    Reversão do direito ao aborto nos EUA provoca aumento da demanda por métodos contraceptivos de emergência Reprodução

    Jennifer Rigbyda Reuters

    As pílulas abortivas enviadas para mulheres grávidas após consultas por videochamada ou mensagem de texto são tão seguras e eficazes quanto os procedimentos feitos de forma presencial, de acordo com um grande estudo dos Estados Unidos, onde o acesso ao aborto foi reduzido nos últimos anos.

    Desde a decisão da Suprema Corte dos EUA em 2022 para eliminar o direito nacional ao aborto, pelo menos 14 estados dos impuseram proibições definitivas do aborto e muitos outros proibiram o aborto após uma determinada duração da gravidez.

    Uma decisão sobre o acesso à pílula abortiva também pode ser tomada neste ano, com direitos ao aborto se tornando uma questão-chave na próxima eleição presidencial.

    O novo estudo, publicado na Nature Medicine, nesta quinta-feira (15), corrobora décadas de evidências encontradas em várias partes do mundo de que os abortos por telemedicina são seguros e eficazes.

    A equipe liderada por Ushma Upadhyay na Universidade da Califórnia usou dados sobre 6.034 abortos fornecidos por três clínicas virtuais que operam em 20 estados e Washington D.C. entre abril de 2021 e janeiro de 2022.

    A agência reguladora dos EUA (FDA) retirou sua exigência de uso em consulta presencial para a primeira droga no aborto médico, a mifepristona, em 2021, embora a decisão faça parte do que está sendo contestado na Suprema Corte.

    O estudo constatou que 97,7% dos abortos foram finalizados após o tratamento inicial e 99,8% não foram acompanhados por nenhum evento adverso grave. Ambos eram números comparáveis aos dados sobre abortos médicos fornecidos em clínicas presenciais no início da gravidez.

    A pesquisa também não encontrou nenhuma diferença na segurança ou na eficácia quando os pacientes foram examinados pela chamada vídeo ou pela mensagem de texto.

    O aborto por telemedicina usando mifepristona e outra droga tomada ao mesmo tempo, o misoprostol, tornou-se “crítico para enfrentar os surtos de demanda nos estados onde o aborto permanece legal”, diz o estudo.

    “As políticas que restringem o aborto por telessaúde devido a preocupações ou alegações sobre eficácia ou segurança precisam ser revisadas para garantir acesso equitativo a esse serviço de saúde essencial”, acrescenta.

    A Organização Mundial de Saúde recomenda o método no início da gravidez.