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    “A gente estava louco para viajar hoje”, diz brasileiro à espera de autorização para deixar Gaza

    Neste momento, o Brasil trabalha para retirar da área de conflito no lado palestino um grupo de 32 pessoas

    Tanques de guerra israelenses enfileirados a caminho de Gaza
    Tanques de guerra israelenses enfileirados a caminho de Gaza Reuters

    Jussara Soaresda CNN

    À espera de autorização para deixar a Faixa de Gaza, o palestino com cidadania brasileira Hasan Rabee relata o drama no sul da Faixa de Gaza. A ansiedade e a angústia aumentam à medida que o acesso à comida e à água diminuem.

    Rabee faz parte do grupo que pediu repatriação ao Brasil. “Já são 12h15 e não comemos nada ainda. Vamos comer às 14h para ficar com um lanche no dia só”, disse em mensagem enviada à CNN.

    Na madrugada desta segunda-feira (16), circulou a informação de que a passagem de Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, seria reaberta. Porém, a autorização para a evacuação de estrangeiros pelo território egípcio não se concretizou.

    “Minha esposa está bem mal. A gente estava louco para viajar hoje”, escreveu Rabee. “Difícil ter uma saída. Já são 12h27. Isso é muito tarde no horário local. A chance (de saída) é bem pouca”, lamentou.

    Naturalizado brasileiro em 2019, Hasan Rabee está com a mulher na casa de uma irmã em Khan Yunis. Na cidade, que fica no sul de Gaza, há outros dez brasileiros acolhidos na residência de familiares.

    A Representação do Brasil junto à Palestina já disponibilizou um ônibus para que, assim que houver a sinalização da abertura da fronteira, o grupo seja levado para Rafah, onde os outros brasileiros aguardam. O trajeto entre as duas cidades é de 25 minutos.

    Neste momento, o Brasil trabalha para retirar da área de conflito no lado palestino um grupo de 32 pessoas. São 22 brasileiros, sete palestinos com visto temporário ou com visto de autorização de residência e mais três palestinos parentes próximos desses brasileiros.

    “É triste. Só vamos eu e minha esposa. Vou deixar minha mãe e irmãs porque elas não têm cidadania brasileira nem passaporte para viajar. Estou deixando elas, mas não sei se vou encontrar novamente porque Israel está fazendo uma limpeza no povo aqui”, diz Rabee.

    Palestino com cidadania brasileira Hasan Rabee relata o drama no sul da Faixa de Gaza

    À CNN, o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto, disse que a realidade sobre a abertura da passagem de Rafah ainda é muito complexa e envolve variáveis que não são controláveis.

    “A realidade ainda é muito complexa. Há muitas variáveis que, obviamente, nós não controlamos”, afirmou o embaixador.

    A Embaixada do Brasil fica no Cairo, mas, neste momento, o embaixador e uma equipe de quatro pessoas se deslocaram para a Ismaília, a 250 quilômetros de Rafah. Eles vão acompanhar as tratativas e dar suporte à remoção dos brasileiros de Gaza. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aguarda em Roma, na Itália, para decolar a qualquer momento para o Cairo.

    “Nossa prioridade absoluta é retirar os brasileiros, mas para eles e outros cidadãos estrangeiros possam sair de Gaza tem que haver um entendimento entre três atores fundamentais: Israel, Egito e as autoridades de fato em Gaza, que é o Hamas”, disse o embaixador.

    As negociações são para a saída de estrangeiros, a chegada de ajuda humanitária em Gaza e para a libertação de reféns israelenses em poder do Hamas.