“A Europa não é mais um continente de paz”, diz Zelensky ao parlamento francês
Presidente da Ucrânia participou das celebrações do Dia D em Paris
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou nesta sexta-feira (7) para o retorno do fascismo na Europa, 80 anos após o Dia D – momento decisivo que levou a derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
“Infelizmente, vivemos em uma época em que a Europa já não é um continente de paz. E em um momento em que o nazismo infelizmente está voltando”, disse Zelensky à Assembleia Nacional francesa em Paris.
Zelensky e outros líderes mundiais celebraram o 80º aniversário do Dia D na Normandia, noroeste da França, na quinta-feira (6), enquanto a invasão da Ucrânia pela Rússia continua.
“Mais uma vez na Europa, cidades estão sendo completamente destruídas e aldeias estão sendo queimadas. Mais uma vez na Europa, campos de filtração e deportação estão aparecendo e o ódio, que se tornou um novo culto russo”, disse Zelensky aos parlamentares franceses.
Zelensky aborda questão da legitimidade do governo
O presidente ucraniano disse que a sua legitimidade é reconhecida e determinada pelo povo ucraniano. Ao mesmo tempo, Zelensky também criticou a posição do presidente, Vladimir Putin, como líder do governo da Rússia.
“A legitimidade do presidente Zelensky é reconhecida pelo povo da Ucrânia… Nosso povo é livre. A legitimidade de Putin é reconhecida apenas pelo camarada Putin”, disse em entrevista coletiva em Paris.
As eleições presidenciais na Ucrânia deveriam ter acontecido em março, após o mandato de cinco anos de Zelensky.
No entanto, a lei marcial introduzida após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 proíbe qualquer eleição durante a guerra. A constituição diz que o presidente deve continuar no cargo até que um recém eleito tome posse.
Putin afirmou várias vezes que Zelensky é ilegítimo após o seu mandato de cinco anos terminar em maio deste ano.
Os líderes ocidentais não questionaram a legitimidade do presidente da Ucrânia e os sociólogos dizem que há um consenso entre os ucranianos de que Zelensky deve permanecer no cargo até ao fim da guerra.
Com informações da Reuters.