1º voo de Israel aos Emirados Árabes leva delegações para selar acordo de paz
Apesar de não ter relações diplomáticas com Israel, Arábia Saudita deu permissão para o Boeing 737 da El Al Airlines sobrevoar seu território
O primeiro voo de Israel aos Emirados Árabes Unidos (EAU) decolou nesta segunda-feira (31) de Tel-Aviv, levando delegações israelenses e norte-americanas para participar de conversas para selar o acordo de normalização da relação entre os dois países, que contou com a ajuda dos Estados Unidos.
A Arábia Saudita, que não tem relações diplomáticas com Israel, deu permissão para o Boeing 737 da El Al Airlines sobrevoar seu território na rota para a capital dos EAU, Abu Dhabi, informou uma fonte com conhecimento sobre o plano de voo.
Os altos funcionários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegaram nesta manhã aos EAU.
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“É isso que a paz pela paz parece”, escreveu o premiê israelense no Twitter, referindo-se ao acordo de laços formais com o país árabe que não implica entrega das terras que Israel capturou na guerra de 1967.
Acordo de paz
Anunciado no dia 13 de agosto, o tratado de normalização é o primeiro do tipo entre os Emirados Árabes e Israel em mais de 20 anos, e foi catalisado em grande parte por um medo comum em relação ao Irã.
Os palestinos ficaram assustados com a decisão dos EAU, preocupados que o acordo fosse enfraquecer uma antiga posição pan-arábica que pediu a retirada de Israel do território ocupado, e a aceitação do estado palestino, em troca de relações normalizadas com os países árabes.
O conselheiro-sênior e genro de Trump, Jared Kushner, e o conselheiro de segurança nacional do presidente, Robert O’Brien, lideram a delegação dos EUA. A equipe israelense é liderada pelo conselheiro de segurança nacional de Netanyahu, Meir Ben-Shabbat.
Cooperação em comércio e turismo
As autoridades vão explorar a cooperação bilateral em setores como comércio e turismo. Enviados do departamento de Defesa de Israel devem visitar os Emirados Árabes separadamente em outro momento.
Os altos funcionários israelenses esperam que a viagem de dois dias leve ao estabelecimento de uma data para a cerimônia de assinatura em Washington, talvez em setembro, com Netanyahu e o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, o xeque Mohammed bin Zayed al-Nahyan.
O evento pode dar a Trump um impulso em sua política externa em meio à campanha de reeleição do republicano.
A gestão de Trump vem tentando persuadir os países árabes sunitas preocupados com o Irã a se unir a Israel. O mais poderoso deles, Arábia Saudita, apesar de abrir seu espaço aéreo para o voo das delegações nesta segunda, sinalizou que não está pronto para isso.
(Com Reuters)