Semana de 22 não foi feita para atualizar o Brasil como dizem que foi, diz Ruy Castro
O biógrafo e escritor defende que já existia uma efervescência cultural e moderna no Rio de Janeiro antes do movimento em São Paulo
Autor de “As Vozes da Metrópole”, livro lançado em dezembro pela Companhia das Letras e que lista mais de 40 nomes cariocas que também fizeram parte da história da Semana de Arte Moderna de 1922, o escritor e jornalista Ruy Castro parece uma verdadeira enciclopédia sobre tema.
Em entrevista à CNN Brasil, ele conta com detalhes como o carioca Di Cavalcanti foi parar em São Paulo – enviado pela família para o livrar da boemia -, ou como Anita Malfatti, que estudou na Alemanha e era contemporânea do Expressionismo, era criticada por suas obras.
Nessa conversa com o repórter Renan Fiuza, ele fala ainda sobre a vida intelectual em São Paulo, que ainda estava engatinhando nos anos 1920, ao contrário do Rio de Janeiro que já assistia à uma efervescência cultural. “Cecília Meireles, Juca Machado, Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, todos estavam no Rio. Havia uma vida literária espantosa”.
Castro continua e diz que a “Semana de Arte Moderna não foi feita para atualizar o Brasil como dizem que foi”.
“É contra isso que eu me bato, contra essa ideia que se vendeu de que o país era um grande atraso e que o evento veio nos salvar. Não é verdade. A própria Maria Eugenia Boaventura [professora da Unicamp e estudiosa da Semana de 22] concordou em debate que a Semana de Arte Moderna foi feita para que o Oswald, o Mário, o Guilherme e os outros, se atualizassem. O Rio não precisava.”
Confira a entrevista completa no vídeo acima.