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    Issey Miyake, influente estilista de moda japonês, morre aos 84 anos

    Ele morreu de câncer no último dia 5 e um funeral já foi realizado com familiares e amigos próximos

    Hilary Clarkeda CNN

    Issey Miyake, o estilista japonês cujas roupas plissadas atemporais o tornaram um favorito da indústria, morreu aos 84 anos. Ele morreu de câncer no dia 5 de agosto, confirmou seu escritório à CNN nesta terça-feira (9).

    Um funeral já foi realizado com sua família e amigos próximos, disse seu escritório, acrescentando que uma cerimônia memorial não será realizada, de acordo com os desejos de Miyake.

    Miyake ganhou destaque internacional na década de 1980 com designs de vanguarda que aqueles que podiam pagar por suas peças de luxo imediatamente consideravam itens de colecionador.

    Hoje, seus projetos são preservados em instituições como o Victoria and Albert Museum de Londres, o Museu de Arte Moderna de Nova York e o Museu de Arte da Filadélfia.

    Ele também encontrou um cliente vitalício em Steve Jobs, que usava quase exclusivamente sua gola alta preta desde a década de 1980.

    Estilista Issey Miyake durante a Paris Fashion Week de 1993. / PL Gould/Images/Getty Images

    Miyake nasceu na cidade japonesa de Hiroshima em 1938. A bomba que foi lançada sobre a cidade em 1945 o deixou com uma dificuldade de caminhar que o acompanharia até a idade adulta, e sua mãe morreu três anos depois da exposição à radiação.

    Determinado a não ser rotulado como o designer que escapou da bomba atômica, ele não mencionou sua infância traumática até 2009, quando escreveu sobre a experiência em um editorial de apoio ao desarmamento nuclear, publicado no New York Times.

    Miyake estudou design gráfico na Tama Art University de Tóquio antes de se mudar para Paris em 1965. Lá, ele se matriculou na renomada escola de alfaiataria e costura École de la Chambre Syndicale de la Couture Parisienne.

    Modelo desfila durante apresentação de coleção de Issey Miyake na Paris Fashion Week de 2017. / Richard Bord/WireImage

    Enquanto em Paris, Miyake trabalhou para Guy Laroche e Hubert de Givenchy, dois dos maiores nomes da alta costura, antes de se mudar para Nova York para ajudar Geoffrey Beene.

    Em 1970, ele fundou seu próprio estúdio de design em Tóquio. Seus primeiros desenhos misturavam habilmente Oriente e Ocidente, usando técnicas japonesas de bordado e desenhos de tatuagem.

    Foi durante a década de 1980 que ele começou a desenvolver um novo tecido que podia se expandir verticalmente com centenas de pequenas dobras. Ele se inspirou nos vestidos de seda plissados ​​Delphos desenhados por Henriette Negrin e seu marido Mariano Fortuny no início de 1900.

    Coleção de Primavera/Verão de 2023 de Issey Miyake é exibida durante a Paris Fashion Week, em 23 de junho de 2022. / Thierry Chesnot/Getty Images

    Miyake levou sua ideia um passo adiante, misturando técnicas tradicionais e recém-desenvolvidas para criar roupas plissadas permanentes que eram ao mesmo tempo vanguardistas e confortáveis, arquitetônicas e naturais.

    Ele nunca deixou de inovar. Em 2007, Miyake lançou seu Reality Lab para explorar materiais duráveis ​​e ambientalmente sustentáveis.

    Além de suas roupas, Miyake também era conhecido por sua linha de fragrâncias. O primeiro, L’Eau d’Issey, foi lançado em 1992 e tornou-se um best-seller internacional.

    Issey Miyake participa de evento filantrópico em Paris, em 2014. / Bertrand Rindoff Petroff/Getty Images

    Miyake recebeu vários prêmios por seu trabalho como designer de moda e como artista.

    Em 2005, a Japan Arts Association concedeu-lhe um Praemium Imperiale por sua notável conquista nas artes. Um ano depois, ele se tornou o primeiro designer de moda a receber o Prêmio Kyoto em Artes e Filosofia pelo conjunto de sua obra.

    Em 2016, o governo francês concedeu a Miyake a prestigiosa Legião de Honra, e o Centro Nacional de Arte de Tóquio organizou a exposição mais abrangente da carreira de Miyake.

    Até o fim, Miyake permaneceu fiel ao ofício de costureiro que aprendera quando jovem.

    “A tecnologia é valiosa em um mundo com recursos cada vez menores em termos de redução de resíduos e facilitação da produção em massa”, disse ele à CNN em 2016, “mas nunca podemos perder de vista o poder do toque das mãos humanas”.

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