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    Conheça o 1º restaurante vegano da França a ganhar estrela no Guia da Michelin

    "A gastronomia francesa está se tornando mais inclusiva", diz a chef Claire Vallee, que pediu empréstimos para abrir o restaurante ONA - Origine Non Animale

    Por Rob Picheta e Saskya Vandoorne, , da CNN



     

    O Guia Michelin concedeu pela primeira vez uma de suas cobiçadas estrelas a um restaurante vegano francês.

    O restaurante ONA – sigla de Origine Non Animale ou “Origem Não Animal” -, recebeu o prêmio na mais nova edição do tradicional guia de culinária.

    O restaurante, na pequena vila de Arès no sudoeste, perto de Bordeaux, é o primeiro estabelecimento sem animais a aparecer no Guia Michelin da França desde sua criação em 1900.

    Está entre os 54 restaurantes a ganhar sua primeira estrela na atualização de 2021. A Michelin disse que “um dos principais pontos da seleção de 2021 é a disseminação contínua de diversos estilos de cozinha pela França”.

     

    Restaurante ONA
    Restaurante ONA foi o primeiro vegano da França a ser premiado no tradicional Guia da Michelin
    Foto: Claire Vallee.com/ Reprodução

    “No ONA a culinária vegana ocupa o centro das atenções para pela primeira vez um restaurante do tipo ganhar uma estrela na França”, disse.

    Aberto pela chef autodidata e ex-arqueóloga Claire Vallee, o ONA oferece um menu noturno de sete pratos por 59 euros (cerca de R$ 380). As especialidades incluem um ravióli de abobrinha amarela com nhoque de trufas pretas e um ballotine de acelga com ricota de vegetais.

    Vallee disse que ficou emocionada quando o diretor internacional do guia Michelin ligou para ela na quinta-feira para dizer que a ONA havia recebido o prêmio. “Cozinhar com minha equipe é como atuar em um teatro. Você nunca sabe qual será a recepção até o final”, disse ela à CNN.

    Vallee abriu o restaurante em 2016 depois levantar fundos por crowdfunding e garantir um empréstimo do banco Nef. Quando o dinheiro acabou para concluir as obras no estabelecimento, a chef disse que reuniu 80 voluntários nas redes sociais para ajudar a terminar o trabalho ao longo de dois meses.

    “Isso é uma coisa boa para a comunidade vegana, pois esta estrela é uma evidência de que a gastronomia francesa está se tornando mais inclusiva. Os pratos à base de plantas também pertencem a esse lugar”, disse Vallee.

    “A equipe com que trabalho está muito orgulhosa. A estrela da Michelin serve de reconhecimento. É também para eles e para os produtores locais e para os horticultores com quem trabalhamos”, acrescentou.

    O restaurante funcionou como take-away apenas durante a fase inicial da pandemia do novo coronavírus e beneficiou de ajuda estatal, disse Vallee à CNN.

    Os estabelecimentos exclusivamente veganos têm se tornado cada vez mais procurados nos últimos anos, junto com a popularidade crescente das dietas vegetais.

    A rede Slutty Vegan dos Estados Unidos se expandiu durante a pandemia, e várias outras redes estabelecidas há muito tempo aumentaram suas ofertas veganas.

    O Guia Michelin, por sua vez, está trabalhando para se manter relevante em meio a um período difícil para a indústria da hospitalidade e à medida que um número cada vez maior de chefs evita seu famoso prêmio.

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