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    Vôlei: Brasil revê Argentina, como em 1988, buscando foco por bronze incomum

    Seleção brasileira vinha de quatro finais consecutivas nos Jogos, mas tenta retomar concentração por medalha depois de derrota para os russos

    Paulo Junior, colaboração para a CNN

    Renan Dal Zotto, técnico da seleção masculina de vôlei, tinha 28 anos nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, quando era um dos principais jogadores daquela geração do vôlei brasileiro. Vindo de uma prata inédita na edição anterior, a equipe chegou com expectativa de brigar pelo título na Coreia do Sul, mas perdeu a semifinal e caiu para a disputa do bronze contra a Argentina.

    A história se repete agora, com os vizinhos jogando pelo terceiro lugar no pódio na madrugada deste sábado (7). Daquela vez, melhor para os argentinos, que ganharam por 3 sets a 2 e conquistaram a única medalha no torneio até hoje. Do lado do Brasil, as conquistas que vieram depois acabaram por diminuir a importância dessa perda, que à época, quando a seleção não era tão vitoriosa como hoje, foi dolorida. E serve de precedente para o elenco tentar retomar a concentração mesmo com a frustrante queda, precoce para os padrões do time.

    “O importante é estar sempre entre os melhores. Felizmente temos uma medalha para buscar e não vamos abrir mão dela de jeito nenhum”, disse Renan após a derrota para a equipe russa, na semifinal. Lucão também chegou a brincar que quem sabe agora pode ter uma medalha de cada cor, já que carrega um ouro do Rio de Janeiro e uma prata de Londres. “Durante todo esse tempo, se ficamos fora de três ou quatro pódios é muita coisa. Medalha olímpica é medalha olímpica, não podemos tirar o valor”, afirmou.

    Carlão, ex-capitão da seleção brasileira, reforçou a importância do time esquecer a derrota e dar um último gás pela vitória. O hoje comentarista do canal Sportv comentou, ao fim da transmissão da vitória russa que em 1988 perdeu um pouco a motivação para o jogo contra a Argentina, não deu tanta importância como a partida merecia e depois se arrependeu de ter perdido a chance de ter mais uma conquista olímpica — ele depois seria campeão em 1992.

    De fato, o vitorioso vôlei brasileiro tem poucos bronzes em sua galeria dos principais torneios e se acostumou a fechar as competições jogando por coisas maiores. Em Jogos Olímpicos, são três ouros e três pratas, além de um retrospecto recente de quatro finais consecutivas; em campeonatos mundiais, também são três títulos e três vices; na Liga Mundial, que aconteceu anualmente de 1990 até 2017, foram 20 pódios, com nove ouros, sete pratas e só quatro bronzes.

    Brasil e Comitê Olímpico Russo pela semifinal do vôlei masculino das Olimpíadas
    Brasil começou bem contra a seleção russa, mas perdeu de virada na semi
    Foto: Frank Augstein/AP

    Apenas nos Jogos Pan-Americanos que o terceiro lugar apareceu com maior frequência nos últimos anos. Nos seis pódios conquistados nas seis últimas edições, duas vezes a seleção perdeu a semifinal, mas se recuperou na sequência e foi ao pódio.

    “A frustração e dor de uma derrota onde sei que poderia ter feito algo melhor não vão ser maiores que a nossa vontade de buscar essa medalha de bronze”, escreveu o levantador Bruninho na noite de quinta-feira (5). Para ele, a vitória pode ter um gosto ainda mais especial, alcançando Gustavo Borges, da natação, e Serginho, também do vôlei, como brasileiros com quatro medalhas olímpicas. Só Robert Scheidt e Torben Grael tem mais, com cinco.

    Uma medalha a mais pode também fazer muita diferença no quadro de medalhas do Brasil no Japão, uma participação que caminha para ser a maior da história do país nesses últimos dias de evento. Na primeira fase, a Argentina venceu os dois primeiros sets, mas os brasileiros viraram para vencer por 3 a 2. 

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