Processo contra Wallace após enquete sobre dar tiro em Lula é arquivado no STJD do vôlei
Procurador-geral entendeu que atleta não pode ser julgado nessa esfera pela conduta não ter sido praticada em ambiente esportivo e não ter relação com esporte
A defesa do jogador de vôlei Wallace Leandro foi notificada nesta segunda-feira (27) de que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei arquivou o processo sobre uma publicação do atleta em que fez enquete sobre dar tiro no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O procurador-geral do STJD entendeu que “a conduta do atleta não foi praticada em ambiente esportivo e não teve qualquer relação com o esporte, o que impossibilita o julgamento por órgãos esportivos”, segundo nota dos representantes de Wallace.
“Não se pode julgar o atleta na esfera esportiva pelo simples fato de ele ou ela ser atleta, sendo necessária a prática do ato infracional ou antiético no contexto esportivo, o que não ocorreu no caso Wallace. O arquivamento é uma demonstração clara da capacidade técnica da Justiça Desportiva do Voleibol brasileiro”, complementa o posicionamento.
A CNN entrou em contato com o STJD e com a Advocacia-Geral da União e aguarda retorno.
Entenda o caso
No dia 31 de janeiro, o atleta fez uma enquete no Instagram em resposta à seguinte pergunta de um seguidor “Daria um tiro na cara do lula com essa 12?”. A enquete então pergunta: “Alguém faria isso”.
Ele foi, então, afastado por tempo indeterminado do Sada Cruzeiro, time que defende. Em comunicado, o clube disse que “repudia qualquer ato que possa significar incitação à violência” e que “vem tomando providências diante do fato”.
O jogador postou um vídeo de retratação em seu Instagram na tarde desta terça.
“Errei e estou aqui pedindo desculpas porque quando você erra, não tem jeito, você tem que assumir o erro e se desculpar. Jamais tive a intenção de incitar violência ou ódio. Não é da minha pessoa. Então não foi isso que o esporte me ensinou, e não é isso que eu quero passar para ninguém”, disse na postagem.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou ter acionado a Advocacia-Geral da União (AGU) após publicação.