Saiba tudo sobre a França, próxima adversária do Brasil na Copa do Mundo Feminina
Seleção Brasileira garante classificação em caso de vitória contra as francesas
Neste sábado, às 7h (horário de Brasília), a Seleção Brasileira enfrenta a França em jogo que vale a liderança do grupo F da Copa do Mundo Feminina. O duelo é um dos mais esperados da primeira fase, e reedita as oitavas de final do Mundial de 2019, quando as francesas eliminaram o Brasil jogando em casa.
A Seleção Brasileira começou bem a caminhada no torneio ao golear o Panamá por 4 a 0. Já o time francês decepcionou no empate sem gols contra a Jamaica.
Por isso, em caso de vitória, as brasileiras garantem classificação para a próxima fase e ainda complicam a vida da França, que chegou ao torneio com status de uma das favoritas ao título.
Resultados no ciclo da Copa
A França, atualmente, é uma das principais seleções da Europa, com suas jogadoras sendo destaque nos principais times do mundo. No ciclo da Copa, de 2020 a 2023, as francesas não conquistaram títulos, mas tiveram resultados expressivos nos torneios disputados.
Na Eurocopa realizada na Inglaterra, em 2022, a França chegou invicta à semifinal, mas acabou perdendo para a Alemanha por 2 a 1.
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Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, as “Le Bleus” passearam. Foram dez vitórias em dez jogos, com 54 gols marcados e apenas quatro sofridos.
Em todo o período preparatório, a França entrou em campo 40 vezes. Venceu 31 partidas, empatou quatro e perdeu em cinco oportunidades. Um aproveitamento espetacular de 80%.
Dentro de campo, tudo correu muito bem, mas, fora dele, brigas e escândalos internos minaram o elenco francês. O péssimo ambiente causou uma troca de comando às vésperas do Mundial, o que afetou a preparação das favoritas.
Crise nos bastidores
Tudo começou com os desentendimentos entre a técnica Corinne Diacre, contratada em 2017, e a zagueira Wendie Renard, capitã e multicampeã no futebol francês.
O clima entre as duas era tão ruim que, em sua biografia lançada em 2019, Renard afirmou que Diacre teria dito que ela não tinha 40% do preparo necessário para ser capitã do time. A líder da seleção ficou quatro anos sem usar a braçadeira de capitã, posto que voltou a ocupar em 2021. Mesmo assim, o clima continuou tenso.
Em 2022, os atritos ganharam um novo capítulo, agora com Amandine Henry, uma das principais atletas francesas. A jogadora não foi convocada para uma rodada das Eliminatórias para a Eurocopa e sua empresária acabou criticando Corinne Diacre. O novo atrito não foi bem aceito nos bastidores.
A série de desentendimentos entre a treinadora e as principais estrelas da França chegou ao estopim em fevereiro deste ano. Wendie Renard foi a público anunciar que não concordava com o “sistema atual” e que não jogaria a Copa do Mundo.
Merci pour votre soutien et le respect de ma décision. 🇫🇷 pic.twitter.com/MOryINwvb0
— Wendie Renard (@WRenard) February 24, 2023
Amo a França mais que tudo, não sou perfeita, longe disso, mas não posso mais apoiar o sistema atual, que está longe dos requisitos dos mais altos níveis. É um dia triste, mas necessário para preservar minha saúde mental. É com o coração pesado que venho informar minha decisão de deixar a Seleção Francesa
Wendie Renard
Após o anúncio da capitã, Diani e Katoto, titulares do time francês, também anunciaram a aposentadoria precoce, cobrando mudanças no modelo de gestão da Federação Francesa de Futebol.
Com o clima ruim, as trocas foram inevitáveis. A federação anunciou a demissão de Corinne Diacre, que tinha contrato até 2024, com o objetivo de contornar a situação faltando cinco meses para a disputa da Copa do Mundo Feminina.
Apesar da demissão, a Federação Francesa alertou as jogadoras, dizendo que a forma que elas estavam usando para se expressar, de maneira pública, não seriam aceitas no futuro.
Algumas semanas depois, Hervé Renard (que não tem parentesco com a zagueira) foi anunciado como novo técnico da França. Ele treinou a Arábia Saudita na última Copa do Mundo Masculina, no Catar — é o primeiro trabalho dele no futebol feminino.
As jogadoras que haviam anunciado a aposentadoria da Seleção acabaram retornando.
Estreia decepcionante
A França iniciou a trajetória na Copa do Mundo contra a Jamaica. Quem achou que as francesas teriam vida fácil, acabou se enganando. As “Reggae Girlz” se defenderam bem e seguraram a pressão adversária. As “Le Bleus” tiveram 14 finalizações, 12 escanteios, 62% de posse de bola, mas não conseguiram furar a retranca jamaicana.
Lesões
A Seleção Francesa vem sofrendo com atletas lesionadas nos últimos meses. Grandes nomes se machucaram antes do Mundial, como Marie-Antoinette Katoto, atacante parada há mais de um ano, Delphine Cascarino, Griedge MBock e Amandine Henry.
Selma Bacha e Elisa de Almeida estão na Copa do Mundo, mas longe das condições ideais. As duas começaram no banco de reservas no empate sem gols contra a Jamaica.
Para completar a maré de azar, a capitã Wendie Renard sentiu a panturrilha no primeiro jogo e, segundo o jornal “L’Equipe”, pode ficar de fora da primeira fase do Mundial.
Jogo decisivo
Para a França, o jogo contra o Brasil já é uma decisão antecipada. As francesas não podem nem pensar em perder para as brasileiras. Em caso de derrota, se complicam no grupo F da competição.
A Seleção Brasileira entra com moral após a goleada contra o Panamá. Se vencer, garante a classificação para as oitavas de final e praticamente assegura a liderança da chave.
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