Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Paralimpíadas de Tóquio podem ter número recorde de atletas LGBTQIA+

    Pelo menos 30 atletas que competem em Tóquio se identificam como LGBTQIA+, um novo recorde para a representação nos Jogos Paralímpicos

    Edênia Garcia, do Brasil, é uma das pelo menos 30 atletas que competem na Paralimpíada de Tóquio que se identifica como LGBTQIA+
    Edênia Garcia, do Brasil, é uma das pelo menos 30 atletas que competem na Paralimpíada de Tóquio que se identifica como LGBTQIA+ Instagram/Reprodução

    Scottie Andrewda CNN

    Pelo menos 30 atletas que competem nas Paralimpíadas de Tóquio se identificam como LGBTQIA+. É um novo recorde para a representação nos Jogos Paralímpicos, de acordo com uma avaliação.

    O número de atletas representa mais do que o dobro daqueles que se identificaram publicamente como LGBTQIA+ nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, segundo o SB Nation blog Outsports, que conduziu um contagem semelhante de participantes LGBTQIA+ nos Jogos Olímpicos.

    Ex-atletas paralímpicos ajudaram o blog a compilar a lista de atletas LGBTQIA+ que competem este mês em Tóquio.

    Os competidores deste ano incluem Asya Miller, medalhista de ouro dos Estados Unidos no goalball, esporte para atletas com deficiência visual; as jogadoras de basquete em cadeira de rodas Laurie Williams e Robyn Love, do time britânico; e Edênia Garcia, nadadora brasileira com quatro medalhas de ouro.

    Asya Miller é uma veterana dos Jogos Paralímpicos que conquistou o ouro no goalball
    Asya Miller é uma veterana dos Jogos Paralímpicos que conquistou o ouro no goalball / Instagram/Reprodução

    Aumento no número de atletas LGBTQIA+

    Os Jogos Paralímpicos começaram esta semana em Tóquio, contando com mais de 4.400 atletas.

    Tanto as Paralimpíadas quanto as Olimpíadas viram um aumento no número de atletas LGBTQIA+ nesta edição, de acordo com a Outsports. Os Jogos Olímpicos de Tóquio tiveram pelo menos 168 atletas LGBTQIA+, pela contagem do blog.

    Vários desses atletas — como o atleta do mergulho britânico Tom Daley, a estrela do futebol canadense Quinn e Brittney Griner, do time de basquete feminino dos Estados Unidos — ganharam medalhas de ouro.

    Edênia Garcia
    Edênia Garcia / Instagram/Reprodução

    No entanto, pesquisadores que estudam a representação nos esportes disseram anteriormente à CNN que o número de atletas LGBTQIA+ deveria ser maior. Menos de 2% de todos os 11 mil atletas olímpicos que competiram este ano se identificaram como tal, de acordo com a contagem do blog.

    Para Katie Schweighofer, professora adjunta do Dicksinson College que estuda inclusão nos esportes, esse lapso na representação pode ser devido a uma cultura esportiva que ainda não acolhe atletas queer e trans.

    Estigma duplo

    Os atletas paralímpicos que se identificam como LGBTQIA+ ainda precisam lidar com atitudes negativas em relação às pessoas queer e trans.

    Em uma postagem no blog do Comitê Paralímpico Internacional, a nadadora brasileira Garcia disse que teve que se “proteger de um repertório de piadas” enquanto treinava.

    Ser lésbica e uma pessoa com deficiência é um desafio duplo, pois você carrega o estigma de ser invisível

    Edênia Garcia, atleta paralímpica brasilera

    Mas competir diante de uma plateia global também pode inspirar mudanças. Lee Pearson, campeão de adestramento e primeiro medalhista de ouro paralímpico gay do time britânico, foi eleito o porta-bandeira de seu time no Rio em 2016. A honra o emocionou, como ele contou à BBC em fevereiro.

    “O foco não estava em mim, e sim na mensagem que enviamos para outros países. Espero que tenha transmitido uma mensagem a outras nações de que a sexualidade diversa é oprimida e ainda não aceita e às vezes você pode até ser condenado à morte por ela”.

    As britânicas Williams e Love fazem parte do time britânico desde 2015 e ficaram noivas em 2020. Competir juntas nas Paralimpíadas “tornou o relacionamento forte”, escreveu Love em um post no Instagram em julho.

    As atletas vão competir no basquete feminino em cadeira de rodas, cujos jogos começam nesta quarta-feira (25). Em uma entrevista no ano passado, Love disse que esperava inspirar os jovens a se assumirem não fazendo “coisas extremas”, mas sim sendo ela mesma – embora ganhar uma medalha de ouro provavelmente não faça mal também.

    (Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês)