Regra sobre protestos nos Jogos não é transparente, dizem atletas da Alemanha
Athleten Deutschland, associação que representa os esportistas, diz que mudança feita pelo Comitê Olímpico Internacional pode intimidar manifestações no Japão
Um processo introduzido às pressas para permitir que atletas protestem nas Olimpíadas de 2020 não é transparente e pode, ao contrário, intimidá-los a destacar questões sociais com as quais se importam, afirmou um grupo de atletas de elite da Alemanha.
Dias antes do começo das Olimpíadas de Tóquio, em 23 de julho, o Comitê Olímpico Internacional (COI) relaxou a sua Regra 50, que proíbe atletas de qualquer tipo de protesto nos Jogos.
Agora, esses atletas podem fazer gestos nos campos de competição, desde que sem perturbações e respeitando os outros competidores, e não podem fazê-lo no pódio durante a cerimônia das medalhas.
Qualquer comunicado ou protesto, no entanto, exige aprovação de um grupo de trabalho que inclui, entre outros, o COI e a Federação Internacional do esporte em questão.
“Permitir a liberdade de expressão… no campo da competição agora parece inteiramente dependente da boa vontade do COI”, afirmou Maximilian Klein, da Athleten Deutschland, associação que representa de atletas alemães para política esportiva internacional, à Reuters esta semana.
Embora o processo em si possa ser positivo aos atletas, garantindo que eles não serão punidos se o pedido for aprovado, a falta de detalhes sobre potenciais sanções e a ausência de membros independentes no grupo de trabalho levanta mais questões do que fornece respostas.