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    Justiça argentina vai julgar médicos e enfermeiras de Maradona por homicídio

    Juiz argumenta que os comportamentos dos acusados contribuíram para a morte do jogador; na Argentina, crime leva a uma pena de 8 a 25 anos de prisão

    Ramiro Scandaloda Reuters , em Buenos Aires

    Oito pessoas que cuidaram da lenda do futebol Diego Maradona serão julgadas em tribunais argentinos por homicídio. A decisão da Justiça foi divulgada nesta quarta-feira (22) após uma investigação sobre a morte do jogador em decorrência de uma parada cardíaca em novembro de 2020.

    No documento de 236 páginas analisado pela Reuters, o juiz responsável pelo caso questionou “os comportamentos – ativos ou omissos – de cada um dos acusados ​​que levaram e contribuíram para a realização do resultado danoso”.

    A decisão diz que oito pessoas, incluindo médicos, enfermeiros e um psicólogo que cuidou de Maradona no momento de sua morte, são acusados ​​de “homicídio simples”, uma acusação grave que significa tirar a vida com intenção.

    Um conselho médico nomeado para investigar a morte concluiu em 2021 que a equipe médica do craque agiu de “maneira inadequada, deficiente e imprudente”.

    Maradona foi considerado um dos maiores jogadores de futebol da história, embora o jogador tenha lutado contra drogas e álcool abuso por anos.

    Mario Baudry, advogado de um dos filhos de Maradona, disse à Reuters que o vencedor da Copa do Mundo estava “em situação de desamparo” no momento de seu óbito. O treinador morreu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos.

    “Assim que vi a causa, falei que era homicídio. Lutei por muito tempo e aqui estamos, com essa etapa concluída”, desabafou.

    Promotores argentinos iniciaram investigações logo após a morte do jogador em uma casa perto de Buenos Aires, incluindo ordenar buscas nas propriedades de seu médico pessoal e investigar outras pessoas envolvidas em seus cuidados.

    Os réus citados na decisão foram o neurocirurgião e médico pessoal de Maradona, Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Diaz, os enfermeiros Gisella Madrid e Ricardo Almiron, seu chefe Mariano Perroni, e os médicos Pedro Di Spagna e Nancy Forlini.

    Os réus negaram a responsabilidade pela morte do atleta. O juiz informou que os advogados de alguns deles pediram que o caso fosse arquivado.

    Vadim Mischanchuk, advogado de Cosachov, afirmou que vai recorrer da decisão, acrescentando que a área de atendimento do psiquiatra não tem relação com a causa da morte.

    “Um culpado está sendo procurado a todo custo e a objetividade está sendo perdida”, argumento o advogado.

    A Reuters não conseguiu entrar em contato imediatamente com os réus ou outros advogados para comentar.

    O crime de “homicídio simples” na Argentina geralmente leva a uma pena de 8 a 25 anos de prisão, de acordo com o código penal do país. Ainda não há data definida para o julgamento.

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