Ex-Botafogo, Marcinho assume ter atropelado casal no Rio de Janeiro
Um homem morreu e uma mulher ficou gravemente ferida no último dia 30
O ex-jogador do Botafogo, Márcio de Oliveira Almeida, conhecido como Marcinho, admitiu à polícia nesta segunda-feira (4) ter atropelado um casal no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 30. A CNN teve acesso, com exclusividade, à íntegra do depoimento.
A informação sobre a autoria do atropelamento havia sido confirmada pela Polícia Civil mais cedo.
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O documento obtido pela CNN revela detalhes do dia do acidente. Marcinho conta que estava na casa do primo, Gabriel, combinando uma confraternização para a virada do ano. Segundo o jogador, ele recebeu uma ligação da esposa pedindo para que ele fosse ao mercado comprar alguns itens para a ceia.
Na 42ª Delegacia Policial, Marcinho disse que foi ao mercado, comprou os itens, entregou ao cozinheiro responsável pela ceia e, na volta para a casa do primo, passou pela avenida Lúcio Costa. O jogador destacou que havia muita aglomeração entre os postos 11 e 10 e que um casal saiu, repentinamente, do estacionamento em direção à pista. Marcinho teria tentado frear e disse ter conseguido desviar “um pouco” da mulher, mas atingiu o homem.
Com o impacto do atropelamento, estilhaços de vidro voaram no rosto do jogador, que relatou ter parado porque estava com fragmentos no olho. Nessa hora, Marcinho teria notado a aglomeração formada no entorno do acidente e decidiu deixar o local – sem prestar socorro – por medo de linchamento.
O jogador finaliza o depoimento contando que estava sóbrio e que procurou o primo e o pai após o acidente porque não tinha condições psicológicas de procurar a polícia. Desde então, Marcinho e a família vêm recebendo ameaças de morte.
A polícia não conseguiu comprovar se Marcinho estava ou não embriagado, uma vez que o jogador fugiu do local do acidente e só foi encontrado dias depois pelos investigadores.
O delegado Alan Luxardo, que investiga o caso, informou que vai ouvir, nos próximos dias, as testemunhas que presenciaram o atropelamento, além de analisar imagens das câmeras de segurança da região para tentar confirmar a velocidade do carro e se o ex-jogador estava embriagado.
Sérgio Oliveira, pai de Marcinho, já prestou esclarecimentos. É que o carro dirigido pelo jogador estava no nome da empresa do pai. O veículo, de modelo Mini Cooper, foi abandonado a 600 metros do local do acidente e já passou por perícia.
O professor Alexandre Silva de Lima morreu na hora do acidente. A mulher dele, Maria Cristina José Soares, fraturou a bacia e as duas pernas e precisou passar por cirurgia. Ela estava internada no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas foi transferida para a rede privada, onde seu estado de saúde ainda inspira cuidados.