Em estreia na Olimpíada, futebol feminino do Brasil goleia China por 5 a 0
Com 2 gols de Marta e bom jogo de Bia Zaneratto e Andressa Alves, brasileiras superam chinesas; Holanda faz 10 a 3 em Zâmbia, maior placar da história dos Jogos
A seleção brasileira aliou a vitória a uma boa atuação na estreia olímpica do futebol feminino, nesta quarta-feira (21), em Miyagi, e somou seus primeiros 3 pontos batendo a China por 5×0.
O time de Pia Sundhage espantou cedo o nervosismo das estreias, abriu o placar logo aos 9 minutos, com Marta, ampliou aos 22, com Debinha, e não correu mais riscos de perder a dianteira depois disso.
O time chinês optou por marcar o Brasil no campo de ataque, pressionando a saída de bola e forçando o erro, mas essa estratégia não funcionou. A fragilidade defensiva das Rosas de Aço foi explorada por Bia Zaneratto, que, aos 8 minutos, roubou a bola pela esquerda e armou a jogada do primeiro gol. A Imperatriz primeiro cruzou para Debinha, que cabeceou na trave e, depois, no rebote, ajeitou a bola para Marta concluir.
Foi Bia quem produziu também a jogada do segundo gol, iniciando triangulação, agora pela direita, e chutando da quina da área. Com o rebote de Shineng Peng, Debinha aproveitou e marcou o gol. O fato de Bia ter criado as duas jogadas de gol e feito isso pelos dois lados do campo aponta para um ataque que se movimenta bastante e ajuda a entender as escolhas de Pia no setor ao optar por não convocar Cristiane.
Dificuldade e alívio
O final do primeiro tempo marcou uma mudança na partida. O ritmo brasileiro caiu e o meio-campo, só com Formiga e Andressinha com papel defensivo, ficou sobrecarregado.
No começo da etapa final as chinesas acertaram a trave de Bárbara, que, aos 21, fez uma difícil defesa com a ponta dos dedos. Eram dois lances que poderiam ameaçar a vitória brasileira. A China conseguiu dificultar a saída de bola do Brasil.
No minuto 28, porém, o período de aperto das comandadas de Pia Sundhage acabou. A entrada de Andressa Alves na vaga de Duda, aberta pela direita, ajudou o Brasil a contra-atacar, e o segundo gol de Marta saiu após um rebote confuso da defesa chinesa.
A partir daí, o gás das chinesas acabou. Seis minutos depois, Andressa Alves aumentou o placar cobrando o pênalti que Andressinha sofreu, e perto do apito final Bia Zaneratto recebeu de Debinha para marcar o quinto e último gol.
Bárbara, no gol, Bia Zaneratto, pela criação de oportunidades, Marta pelos dois gols e Andressa Alves pela melhora que ofereceu ao time foram os destaques positivos de um Brasil que, apesar dos minutos de aperto, mostrou muito mais força que a China e dificilmente ficará de fora das quartas de final.
O Brasil jogou com Bárbara; B. Benites, Érika, Rafaelle e Tamires; Formiga, Andressinha, Duda e Marta; Debinha e Bia. Entraram Andressa Alves, Julia e Ludmilla.
O time de Pia Sundhage volta a campo às 8h de sábado (24) quando enfrenta a Holanda, o adversário mais forte do grupo, de novo em Miyagi.
Outros jogos da 1ª rodada
Pelo Grupo E, com arbitragem da brasileira Edna Alves, o duelo entre Canadá e Japão foi eletrizante e acabou empatado em 1 a 1. A principal cena aconteceu no começo do segundo tempo, quando a goleira canadense Labbe cometeu pênalti e se lesionou no mesmo lance.
Chorando no gramado, Labbe quis continuar em campo para tentar se redimir. E conseguiu, pulando para o lado direito, o mesmo em que Tanaka chutou a bola. Com a missão cumprida, foi substituída logo depois. O Canadá vencia por 1×0, gol da craque Sinclair, mas cedeu o empate nos minutos finais, em gol de Mana Iwabuchi, atleta do Arsenal, da Inglaterra.
No outro jogo do grupo, o Chile vendeu tão caro quanto pode a derrota para a favorita Grã-Bretanha, que controlou o duelo, mas só garantiu a vitória, por 2 a 0, nos minutos finais.
Os dois gols foram marcados pela experiente Ellen White, 32 anos, com destaque para o segundo deles, de voleio.
Pelo grupo do Brasil, uma goleada acachapante: Holanda 10 a 3 contra Zâmbia, naquele que foi o encontro de uma das mais fortes seleções do planeta contra um time que ainda dá seus primeiros passos em um nível competitivo internacional – foi também a maior goleada da história do torneio feminino olímpico.
Por fim, no encontro de vizinhos da Oceania, a Austrália venceu a Nova Zelândia por 2 a 1 e lidera o grupo junto da Suécia, que atropelou os Estados Unidos com um 3×0, em jogo que encerrou uma invencibilidade das norte-americanas de 44 jogos – não perdiam desde 2019.