COI diz que analisará gesto feito pela atleta dos EUA Raven Saunders no pódio
Ao receber sua medalha de prata, a levantadora de peso fez com os braços um 'X' acima da cabeça, uma potencial violação das regras contra protestos em pódios
O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta segunda-feira (2) que está analisando o gesto que a atleta norte-americana Raven Saunders fez depois de receber a medalha de prata do arremesso de peso neste domingo (1º).
Ao receber sua medalha, Saunders fez com os braços um “X” acima da cabeça, uma potencial violação das regras que proíbem protestos em pódios de medalhas.
O COI está em contato com o órgão internacional que rege o atletismo e com o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos, disse o porta-voz do COI, Mark Adams, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Regra contra protestos
O COI no mês passado relaxou a regra que proibia os atletas de qualquer protesto. Agora, o comitê permite que eles façam gestos em campo, desde que o façam sem interrupções e com respeito pelos outros competidores.
No entanto, a ameaça de sanções ainda permanece se houver protestos no pódio durante a cerimônia de medalha.
Saunders fez o gesto no pódio depois de levar sua primeira medalha nos Jogos. Questionada, ela afirmou que o “X” representava a “interseção onde todas as pessoas oprimidas se encontram”.
Depois de ganhar a medalha na manhã de domingo, Saunders disse que esperava continuar a inspirar e motivar a comunidade LGBTQIA+, afro-americanos, negros em todo o mundo e aqueles que lutam contra problemas de saúde mental. Ela havia falado anteriormente sobre ter problemas graves com saúde mental e sofrer crises de depressão.
O órgão regulador do atletismo nos Estados Unidos não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.
Outros gestos
As Olimpíadas de Tóquio tiveram outros gestos de protesto, como o da capitã do time de hóquei feminino alemão, que usou uma braçadeira com as cores do arco-íris em solidariedade às comunidades LGBTQIA+ durante as partidas do time.
A seleção australiana de futebol feminino exibiu uma bandeira indígena antes de sua partida de abertura e várias outras equipes femininas se ajoelharam em um sinal contra a desigualdade racial.
A ginasta costarriquenha Luciana Alvarado ergueu o punho no final de sua rotina, também em defesa da igualdade racial.