Chefe da Olimpíada de Tóquio renunciará após fala machista, diz TV japonesa
Yoshiro Mori, ex-premiê do Japão e presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020, admitiu autoria de comentários que causaram polêmica mundialmente
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Yoshiro Mori, vai deixar o cargo depois de comentários machistas de sua autoria vazarem para a mídia japonesa na semana passada, informou a emissora pública japonesa NHK na quinta-feira, citando fontes.
Mori disse em uma reunião do conselho diretor das Olimpíadas que “as reuniões do conselho com muitas mulheres demoram mais” porque “as mulheres são competitivas – se um membro levanta a mão para falar, outros podem pensar que eles também precisam falar”, de acordo com reportagens na imprensa japonesa.
“Se você quiser aumentar o número de mulheres, terá problemas a menos que estabeleça limites de tempo”, ele teria acrescentado.
Falando em uma entrevista coletiva no dia seguinte, Mori, de 83 anos, que foi primeiro-ministro do Japão entre 2000 e 2001, confirmou que fez os comentários a portas fechadas e disse que lamentava por isso.
A CNN tentou contato com o escritório de Mori, que não atendeu ligações nesta quinta-feira (11), que é feriado nacional no Japão. A assessoria de imprensa do comitê organizador de Tóquio 2020 disse à CNN que se absterá de fazer comentários sobre Mori nesse momento.
Os organizadores dos jogos deveriam realizar uma reunião de membros do Conselho e do Conselho Executivo na capital do Japão na sexta-feira para discutir as consequências dos comentários de Mori.
Mori, que é o chefe do comitê organizador dos Jogos, havia dito anteriormente que não estava considerando deixar o cargo, mas a indignação pública contínua parece tê-lo forçado a mudar de rumo.