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    Ancelotti diz que ataques racistas não devem causar saída de Vini Jr.: “Ele ama o Real Madrid”

    Atacante brasileiro foi novamente alvo de insultos racistas durante o duelo entre Real Madrid e Valencia, no domingo (21)

    David Latonada Reuters

    O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, disse nesta terça-feira (23) esperar que o atacante brasileiro Vinicius Júnior permaneça no clube espanhol, apesar de enfrentar insultos racistas em várias partidas do Campeonato Espanhol.

    “Não acho [que ele vai deixar a Espanha], porque ele ama futebol e ama o Real Madrid. Seu amor pelo clube é muito grande e ele quer fazer carreira aqui”, disse Ancelotti durante entrevista.

    Ancelotti afirmou que Vini Jr. estava “muito triste”, mas impressionado com o “apoio incondicional” que recebia “até mesmo dos rivais”.

    “Ele é vítima do que está acontecendo. Às vezes eu vejo as pessoas colocando a culpa nele, dizendo que ele provoca, sobre a atitude dele… não!” declarou Ancelotti, acrescentando que o fato de os insultos terem começado assim que o ônibus do clube chegou ao estádio invalidou os argumentos de que o jogador teria provocado os torcedores.

    Sete pessoas foram detidas pela polícia espanhola nesta terça-feira (23), acusadas de vários crimes de ódio contra Vini Jr, incluindo calúnias racistas supostamente lançadas contra o brasileiro durante a partida de domingo no estádio Mestalla, em Valência.

    As prisões ocorrem um dia depois que o chefe da federação de futebol, Luis Rubiales, disse que o futebol espanhol tem um problema de racismo, a décima queixa apresentada pelo Real Madrid por abuso racista contra o brasileiro na Espanha nesta temporada.

    Ancelotti pediu às autoridades que tomem medidas mais eficazes contra o racismo e o discurso de ódio no futebol e disse que os protocolos em vigor para lidar com o problema são obsoletos.

    Racismo contra Vini Jr.

    Vini Jr. foi alvo de insultos racistas na derrota do Real por 1 a 0 para o Valencia no Mestalla, em Valência, pela 35ª rodada do Espanhol. A partida foi paralisada aos 27 minutos da segunda etapa. O atacante começou a discutir com torcedores enquanto outros jogadores tentavam acalmar o brasileiro.

    Foi possível ouvir os gritos de “Mono” (macaco, em espanhol) por parte da torcida do Valencia. O árbitro conversou com oficiais da organização da partida e o jogo foi interrompido.

    O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às “manifestações racistas”. Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr em campo.

    A partir das repetidas demonstrações racistas, o jogo ficou nervoso. Vini Jr. foi provocado pelo goleiro Mamardashvili, que foi punido com o cartão amarelo. Os jogadores trocaram empurrões no campo.

    No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso nos acréscimos.

    O problema envolvendo a torcida espanhola não é novidade. Vinícius Júnior já foi vítima de inúmeros casos ao longo da sua trajetória pelo clube espanhol.

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