Advogado de Maradona diz que ambulância demorou e pede investigação
Em comunicado nas redes sociais, Matías Morla afirmou ser inexplicável a demora para o atendimento
Matías Morla, advogado de Diego Armando Maradona, afirmou nesta quinta-feira (26) que a ambulância demorou mais de meia hora para chegar e prestar socorro ao ídolo do futebol, que morreu aos 60 anos por insuficiência cardíaca aguda.
“A ambulância demorou mais de meia hora para chegar”, afirmou o advogado através de comunicado nas redes sociais.
“Este fato não deve ser ignorado e vou pedir que seja investigado até o fim”, apontou. Ele também disse ser “inexplicável” Maradona não ter tido atenção do pessoal de saúde nas últimas 12 horas.
Maradona passou por uma cirurgia no cérebro no início deste mês.
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Morla não participa da despedida na Casa Rosada e afirma no comunicado que o “velório deve ser reservado para a família”.
Autoridades locais estimam que cerca de 1 milhão de fãs do jogador devem ir até a Casa Rosada. O velório ocorre em meio a uma quarentena oficial decretada pelo governo argentino, que garante o uso de transporte público apenas para trabalhadores essenciais.
Veja a íntegra do comunicado
Hoje é um dia de profunda dor, tristeza e reflexão. Sinto no coração a partida do meu amigo a quem honrei com minha lealdade e apoio até o último de seus dias.
Despedi-me dele pessoalmente e o velório deverá ser um momento íntimo e familiar.
Quanto ao Relatório do Escritório de San Isidro, é inexplicável que durante 12 horas meu amigo não tenha recebido atenção ou controle do pessoal de saúde dedicado a estes fins.
A ambulância demorou mais de meia hora para chegar, o que foi um ‘idiota criminal’.
Este fato não deve ser esquecido e solicitarei que as consequências sejam investigadas até o fim. Como me dizia Diego: você é meu soldado, aja em plenitude.
Para definir Diego neste momento de profunda desolação e dor, posso dizer: foi um bom filho, foi o melhor jogador de futebol da história e foi uma pessoa honesta.
Descanse em paz irmão.
História
Maior jogador argentino da história, Maradona venceu a Copa de 1986, com a seleção argentina, quando protagonizou lances históricos como o gol da “mão de Deus”, contra a Inglaterra.
A luta contra a dependência química, durante maior parte da vida, também marcou a história de Maradona.
Nos clubes, o ídolo fez história no Boca Juniors e no Napoli – onde foi campeão italiano e da Uefa.
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No Brasil, a rivalidade com Pelé, que renderia intermináveis discussões sobre quem seria o melhor jogador, tornou-se tema de muitas conversas sobre futebol.
Maradona, no entanto, sempre dizia que sua primeira inspiração no esporte era justamente um outro brasileiro: Roberto Rivellino, ídolo do Corinthians e do Fluminense.
Desde que parou de jogar, Maradona enfrentou problemas cardíacos, de peso e a luta contra o vício. Chegou a ser internado em Cuba para se desintoxicar, depois de quase ter morrido por overdose.
Atualmente, Diego era treinador do Gimnasia La Plata, da Série A argentina, depois de ter treinado equipes no México e em países árabes, além da seleção argentina na Copa de 2010.