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    A vitória de Sunisa Lee é uma vitória para o povo Hmong nos Estados Unidos

    A ascensão da ginasta campeã olímpica Sunisa Lee reflete as lutas do povo Hmong como um dos grupos asiático-americanos mais marginalizados

    De Ray Sanchez, da CNN

    Sunisa Lee, 18, campeã olímpica na categoria individual geral de ginástica artísitca, prova em que  Rebeca Andrade ficou com a prata, é a primeira atleta olímpica americana de etnia asiática Hmong.

    E, como a história dos cerca de 309 mil Hmongs que se estabeleceram nos Estados Unidos, sua jornada foi dolorosa e turbulenta.

    “Éramos nômades e não tínhamos um lugar a que pertencer e sinto que lutamos contra as adversidades”, disse Koua Yang, diretor de esportes da Como Park Senior High School, em St. Paul. A cidade do estado de Minnesota serviu de destino para muitos refugiados Hmong na década de 1970. “Fomos guerreiros ao longo da história, e aqui estamos nós, nos Estados Unidos, vivendo o sonho americano. Ela resume tudo isso, todas as lutas.”

     A trajetória de Lee para a glória olímpica foi marcada por fraturas, a perda de uma tia e um tio para a Covid-19 e uma queda em 2019 que deixou seu pai, John, paralisado da cintura para baixo. “Os últimos dois anos foram absolutamente loucos com a Covid e minha família e tudo o mais”, disse Lee a repórteres no Centro de Ginástica Ariake, após a conquista.

    Shyenne Lee abraça amigos e familiares de Sunisa Lee em um salão, em Minnesota
    Shyenne Lee, 18, irmã mais velha de Sunisa Lee, comemora com outros familiares e amigos da ginasta campeã olímpica, em Oakdale, no estado de Minnesota
    Foto: Elizabeth Flores/Star Tribune via AP

    Da tragédia à glória, a história de um povo

    O povo Hmong chegou aos Estados Unidos nas décadas de 1970 e 1980 e a maior parte da população que desembarcou no país se estabeleceu em Wisconsin e Minnesota.

    Uma vez nos EUA, muitos representantes da etnia foram recrutados como soldados pela CIA durante a Guerra do Vietnã. Lá, milhares de Hmong morreram e outros foram forçados a fugir quando os EUA se retiraram do Vietnã e basicamente abandonaram o grupo étnico.

    Os Hmong foram recrutados também para a Guerra Secreta, conflito apoiado pela CIA no Laos, país do sudeste asiático, missão executado pelo general Hmong Vang Pao, chamado para alistar seu povo na luta contra os militares do Laos e do Vietnã do Norte. Os Hmong lutaram, sofreram  e perderam de 30 a 40 mil pessoas de seu povo.

    Muitos Hmong fugiram para a selva e eventualmente para campos de refugiados na Tailândia e, nos anos 1970 e 1980, um grande número deles se estabeleceu e construiu uma comunidade próspera em Minnesota, onde o pai de Sunisa um dia ergueria uma trave para ela treinar, improvisada no quintal por causa dos recursos modestos da família.

    “É uma bela história que apenas ilustra a luta dos seres humanos e de um povo. E agora podemos comemorar”, disse Koua Yang.