Vôlei: os cinco desafios para Bernardinho na Seleção Brasileira
Técnico bicampeão olímpico está de volta ao comando do Brasil
Bicampeão olímpico, Bernardinho está de volta ao comando Seleção Brasileira de Vôlei. O anúncio do retorno foi feito na noite dessa quarta-feira (27). Vencedor por onde passou, o técnico terá grandes desafios e decisões importantes a tomar no comando do time nacional.
O objetivo mais próximo e claro é a conquista de uma medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Em Tóquio, não houve pódio pela primeira vez desde 2000. A vaga foi conquistada enquanto a equipe ainda era comandada por Renan Dal Zotto, no Pré-Olímpico disputado no Rio de Janeiro.
Além da montagem da equipe e escolhas individuais que serão tomadas nos próximos meses, Bernardinho ainda terá responsabilidade de outras questões importantes a longo prazo, já que segue como coordenador das seleções masculinas desde as categorias de base.
Os cinco desafios para Bernardinho
- Retomar organização do time
Para que o Brasil volte a figurar como candidato aos principais títulos do vôlei masculino internacional, retomar a organização tática dentro de quadra é um ponto importante. Além do jogo rápido e inovador implementado à época, os anos vitoriosos da Seleção Brasileira sob o comando de Bernardinho ficaram marcados pelo grande volume de jogo da equipe. Um dos desafios do treinador será montar o sistema de bloqueio e defesa eficiente. Essa é uma das marcas da carreira do técnico.
- Definir líbero titular
As escolhas individuais também serão importantes para Bernardinho. No dilema já conhecido de poder levar apenas um líbero para os Jogos Olímpicos, Thales e Maique disputam uma única vaga que será destinada a um jogador da posição. Atuando na Polônia atualmente, Thales foi o escolhido por Renan Dal Zotto para ir à Tóquio e titular em grande parte da gestão do ex-jogador. Sempre presente nas convocações, Maique é o melhor passador da Superliga e também se destaca na defesa. É provável que os dois sejam convocados juntos nas primeiras listas, mas as atuações decidirão quem será o escolhido para Paris 2024. Alê, do Cruzeiro, corre por fora na disputa.
- Convencer Douglas Souza
Campeão olímpico em 2016, Douglas Souza recebeu as primeiras oportunidades na Seleção Brasileira com Bernardinho. Afastado do time nacional por opção pessoal, o ponteiro teria papel importante no grupo de ponteiros da equipe, sobretudo pelas incertezas sobre o futuro de Leal. Terceiro maior pontuador da atual Superliga, atrás apenas dos opostos Darlan e Felipe Roque, o jogador de 28 anos já foi mais enfático em negar o retorno à Seleção. Na última entrevista, ele deixou em aberto a possibilidade da volta. Nos bastidores, há a esperança de que o ponteiro aceite defender o Brasil também por ‘gratidão’ a Bernardinho.
- Trabalhar com levantadores
Titular indiscutível da Seleção Brasileira por mais de uma década, Bruninho viveu oscilações de desempenho nos últimos anos e deixou de ser inquestionável na posição. Nas últimas competições relevantes, o capitão foi substituído muitas vezes por Cachopa, que também não conseguiu assumir de vez a titularidade. Os dois se alternaram durante o Pré-Olímpico. Para os próximos meses, fica a dúvida se Bernardinho vai apostar em dar estabilidade para Bruninho e depositar confiança no jogador de 37 anos ou tentar novas opções. Campeão pan-americano e destaque do São José, Matheus Brasília é outra opção.
- Ajudar na renovação
Embora tenha assumido como treinador da Seleção Brasileira até os Jogos Olímpicos de Paris, grande objetivo de 2024, Bernardinho tem um trabalho de longo prazo para realizar. O bicampeão segue como coordenador de todas as seleções masculinas, incluindo as categorias de base. Como técnico ele terá a chance de trabalhar nomes como Honorato, Judson, Adriano, Lukas Begrmann e outros jovens. A longo prazo, como coordenador, o objetivo a ajudar no surgimento de atletas para os próximos ciclos olímpicos.