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    Sessão de terapia e alívio: como Simone Biles driblou trauma de Tóquio em Paris

    Ginasta norte-americana revelou que ainda pensa na última Olimpíada, após levar primeiro ouro

    Kyle Feldscherda CNN

    Simone Biles conquistou, nesta terça-feira (30), sua primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris, ao liderar o time dos Estados Unidos na final por equipes — que rendeu ao Brasil um bronze histórico.

    Após a vitória, a estrela da ginástica conversou com a CNN e, num sinal de sua normalidade em meio a performances anormais, admitiu que o trauma da Olimpíada de Tóquio nunca saiu de sua mente.

    Inclusive, ela começou o dia de sua medalha de ouro com uma sessão de terapia.

    “Pela manhã, comecei o dia com a terapia, o que foi muito emocionante. E falei para ela (psicóloga) que estava me sentindo calma e pronta”, lembrou Biles. “E foi exatamente isso que aconteceu”.

    Depois que terminei o salto, eu estava aliviada. Eu estava tipo: “Por favor, sem flashbacks ou algo assim”. Mas eu senti muito alívio, mesmo. E, assim que eu consegui o salto, percebi que definitivamente iríamos fazer isso (ganhar a medalha de ouro)

    Simone Biles, ginasta

    Biles, três anos depois do trauma

    Foi tudo o que ela poderia esperar que fosse. Três anos após se retirar da final de ginástica por equipe em razão de problemas com a saúde mental, Simone Biles estava, mais uma vez, numa Olimpíada. Mas as vibrações não poderiam ser mais diferentes.

    Última ginasta da noite, Biles foi à pista para garantir o ouro dos Estados Unidos. Depois de anos tentando reviver aquela noite em Tóquio, as primeiras notas de uma música de Taylor Swift ecoaram pela Bercy Arena para começar sua apresentação.

    Biles estava pronta para isso.

    Sua típica combinação de mágica, poder e velocidade criou um momento icônico que será lembrado na ginástica e na tradição olímpica. Ela acertou em cheio em tudo o que fez. Mesmo quando tropeçou um pouco, não houve como diminuir sua performance.

    [cnn_galeria active=”false” id_galeria=”9410120″ title_galeria=”Veja fotos da equipe brasileira de ginástica artística na final por equipes”/]

    Performance histórica

    “Eu meio que sabia que, desde que ficasse em pé em todos os saltos, estaríamos bem. Então, assim que pisei fora dos limites, pensei : ‘Bem, tem uma linha… Acho que… não é grande coisa’”, disse ela.

    Foi uma performance histórica para uma ginasta que enfrentou mais escrutínio do que qualquer ser humano normal poderia suportar.

    Mas o que Biles, de 1,42m, não tem em altura, ela mais do que compensa em coração e, depois de anos de terapia e trabalho em si mesma, resistência mental.

    Biles não sentiu a lesão dos treinos

    Na final por equipes, Biles não mostrou absolutamente nenhum sinal de lesão na panturrilha, seja pela adrenalina ou pela possibilidade de a dor ter derretido no calor de Paris.

    Aos 27 anos, Simone Biles se tornou a norte-americana mais velha a vencer uma medalha na ginástica e, agora, é também a ginasta mais vencedora da história do país em Jogos Olímpicos.

    Mais finais pela frente

    Já com um ouro garantido, Biles terá outras finais importantes pela frente. Em todas elas, enfrentará ginastas brasileiras, com direito a duelos promissores com Rebeca Andrade no salto e no individual geral.

    Veja a agenda abaixo:

    • Individual geral (Simone Biles x Rebeca Andrade e Flávia Saraiva): quinta-feira (1º), às 13h15
    • Salto (Simone Biles x Rebeca Andrade): 3 de agosto (sábado), 11h20
    • Trave (Simone Biles x Rebeca Andrade e Júlia Soares): 5 de agosto (segunda-feira), às 7h38
    • Solo (Simone Biles x Rebeca Andrade): 5 de agosto (segunda-feira), às 9h23

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