‘Eu queria mais quente’, diz vencedor do triatlo sobre calor nas Olimpíadas
Apesar de vir de um país frio, norueguês Kristian Blummenfelt se disse preparado para o calor, e afirmou ter esperado um dia ainda mais quente em Tóquio
Para um homem criado nos climas frios de Bergen, na Noruega, foi uma surpresa ouvir Kristian Blummenfelt dizer que estava um pouco desapontado com o fato de a temperatura não ter subido nem um pouco mais para a disputa do triatlo masculino nas Olimpíadas de Tóquio nesta segunda-feira (26).
Blummenfelt superou o que todo mundo parecia considerar condições debilitantes e sufocantes para se livrar dos adversários nos últimos quilômetros do percurso de corrida e levar o ouro — a primeira medalha olímpica da Noruega no esporte.
“Nossa equipe é líder mundial em preparação de calor, então ficamos um pouco decepcionados por não estar tão quente quanto esperávamos”, disse ele, quando a largada local às 6h30 (no horário japonês) e uma leve brisa tornaram as condições mais amenas.
Desafio
A prova ainda era um desafio feroz, no entanto, e o uniforme de Blummenfelt encharcado de suor se tornou transparente durante a corrida e revelou uma visão de seu calção preto por baixo.
“Sou de Bergen, onde durante dois terços do ano está ventoso, chuvoso e faz 10ºC, mas isso só mostra a força da equipe ao nosso redor em conseguir essa preparação”, disse ele.
A vitória também foi uma recompensa para a preparação pessoal de Blummenfelt enquanto ele aprimorava sua técnica e tempo com uma vitória semelhante no Circuito Internacional de Triatlo, a alguns quilômetros de distância em Yokohama, em maio.
“Tenho pensado nesta corrida há tantos anos”, disse Blummenfelt. “Eu estava de férias aqui há muitos anos e pensei comigo mesmo ‘OK, seu objetivo é ganhar uma medalha de ouro olímpica aqui em 2020’.”
Começo falso
A prova teve uma rara e embaraçosa largada falsa, na qual metade do campo mergulhou enquanto os outros foram bloqueados por um barco de um veículo de mídia, o que gerou uma ação frenética para puxar os nadadores de volta.
Cinquenta e seis homens se alinharam em um pontão na baía de Tóquio para a largada, mas, quando mergulharam para a primeira etapa de natação de 1.500 metros, cerca de um terço encontrou seu caminho bloqueado por um barco-câmera.
Por fim, dois jet skis se combinaram para deter os líderes, que voltaram lentamente à largada depois de submetidos a um aquecimento de 200 metros mais vigoroso do que esperavam.
Depois de declarar uma “largada inválida” sem nenhuma culpa atribuída a nenhum competidor, a corrida começou com segurança cerca de 10 minutos depois.
Vencedor da corrida, Kristian Blummenfelt disse que o caos não foi um grande problema. “Eu vi o barco e achei muito estranho”, disse o norueguês. “Quando mergulhei, pensei que provavelmente seria puxado para trás, então apenas me mantive à esquerda e me mantive firme e tentei ver isso como algo positivo, um aquecimento extra.”
No final, além do ouro para Blummenfelt, o britânico Alex Yee ficou com a prata e o neozelandês Hayden Wilde com o bronze.
