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    ‘Caiu no ginásio uma futura Daiane dos Santos’, relembra ex-treinadora de Rebeca

    Monica Barroso dos Anjos treinou a campeã olímpica em seu primeiro ano no esporte em projeto social de Guarulhos

    Vinícius Tadeu, da CNN, em São Paulo

     

    Rebeca Andrade conquistou o ouro na prova do salto nas Olimpíadas de Tóquio e se tornou a primeira campeã olímpica brasileira na ginástica. Além disso, ela é a primeira atleta do país a conquistar duas medalhas na mesma edição dos jogos. A ex-treinadora da atleta, Monica Barroso dos Anjos, conta que ao vê-la pela primeira vez, pensou em Daiane dos Santos.

    “Em 2005, eu estava no ginásio, dava treino para a equipe principal à tarde e para uma escolinha de manhã, uma turminha de cinco, seis anos. A tia da Rebeca, Cida, trabalhava no ginásio e a trouxe para conhecer, brincar no ginásio e queria que eu desse uma olhada na Rebeca. Quando eu bati os olhos na Rebeca eu já fiquei muito feliz. Todo o corpo de atleta. Fiz alguns testes e ela era muito forte e potente. Pedi para ela saltar no tablado e logo me veio a imagem da Daiane dos Santos. E eu falei: ‘Nossa, caiu aqui no ginásio uma futura Daiane dos Santos.”

    Monica conta que a mãe de Rebeca, Dona Rosa, aceitou trocar a filha de horário na escola para que ela pudesse treinar com a turma da manhã. Até meados de 2006 ela seguiu com a turma de Monica, até passar para a equipe de Kelly Kitaura e Francisco Porath, o “Chico”, que acompanha a atleta na Olimpíada de Tóquio.

    “Eu passei a Rebeca para treinar com eles, e ficaram [em Guarulhos] até 2009. Depois, os dois voltaram para Curitiba. Em 2010, a Rebeca se mudou para Curitiba com a Kelly e o Chico, e em 2011 eles foram para o Flamengo. Até hoje o Chico é quem acompanha ela, desde Guarulhos pequenininha até a conquista destas medalhas.”

    Após dois saltos bem executados, Rebeca Andrade cumprimenta seu treinador
    Após dois saltos bem executados, Rebeca Andrade cumprimenta seu treinador
    Foto: Natacha Pisarenko – 1.ago.2021/AP

    No projeto social de Guarulhos, coordenado por Rosinei Cerqueira, Monica lembra de Rebeca assistindo os treinos das ginastas no solos e sonhando em poder crescer nas modalidades. 

    “Ela ficava sonhando. Ela via para as meninas de outras categorias fazendo série de solo e ficava distraída, olhando, com os olhinhos brilhando e dançando, imitando as meninas. Desde o começo ela já teve o solo e o salto fortes. A paralela, quando ela teve as lesões, ela trabalhou muito até evoluir bastante para conseguir ter os quatro aparelhos no mesmo nível e conseguir um individual geral.”

    Para a ex-treinadora, o incentivo de Dona Rosa foi primordial para a desenvoltura de Rebeca. “Em momentos difíceis, como quando ela se mudou e foi morar sozinha, com dez anos de idade, em Curitiba, sem a família, apenas com os treinadores, e no momento em que ela se lesionou. Neste momento o atleta normalmente fica em dúvida: será que eu continuo? Será que eu paro? E a Rosa foi uma pessoa que deu todo o apoio para ela continuar.”

     

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