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    Heroína do Marrocos já jogou por França e Argélia, mas escolheu o país da mãe

    Anissa Lahmari enfrentará ex-companheiras de seleção francesa nesta terça-feira (8), pela Copa do Mundo

    Anissa Lahmari foi eleita a melhor em campo no jogo contra a Colômbia
    Anissa Lahmari foi eleita a melhor em campo no jogo contra a Colômbia Will Russell - FIFA/FIFA via Getty Images

    Bruno Rodriguesda CNN

    Assim que começar a tocar a Marselhesa no Hindmarsh Stadium, em Adelaide, nesta terça-feira (8), uma série de emoções deverá tomar conta da franco-marroquina Anissa Lahmari.

    Heroína da classificação do Marrocos às oitavas de final da Copa do Mundo Feminina, a meio-campista, autora do gol contra a Colômbia que colocou sua seleção no mata-mata, terá um reencontro especial com algumas jogadoras – hoje adversárias – que fizeram parte de sua formação como futebolista.

    Allez les Bleus

    Filha de pai argelino e mãe marroquina, Lahmari nasceu em Saint-Cloud, na região francesa de Altos do Sena.

    Iniciou no futebol em clubes pequenos até que o seu talento chamou a atenção do Paris Saint-Germain, em 2010, quando completou 13 anos. Ao longo do processo de desenvolvimento no time parisiense, passou a fazer parte das seleções de base da França.

    Ao todo, fez 32 partidas e marcou 15 gols pelos Bleus, somando suas participações nas equipes sub-16, sub-17, sub-20 e sub-23.

    Anissa Lahmari quando ainda atuava pela França, adversária nas oitavas de final
    Anissa Lahmari quando ainda atuava pela França, adversária nas oitavas de final / Jose Breton/NurPhoto via Getty Images

    O início no time profissional do PSG foi meteórico. Logo na sua estreia, em março de 2015, marcou o primeiro gol na vitória por 2 a 0 contra o Celtic, em Glasgow, pela Champions League.

    Entretanto, apesar da presença constante nas seleções francesas e da expectativa que havia sobre ela no PSG, Anissa Lahmari não conseguiu se firmar na equipe parisiense, recebendo poucos minutos e pulando de empréstimo em empréstimo – primeiro para o Reading, da Inglaterra, e depois para o Paris FC e para o Soyaux, no futebol francês.

    Em 2019, teve seu contrato encerrado com o Paris Saint-Germain. No mesmo ano, atuou pela última vez com a camisa da França, em jogo da seleção sub-23.

    Entre a Argélia e o Marrocos

    Lahmari seguiu com sua carreira no Guingamp, onde pôde ganhar o tempo de jogo que lhe faltou no PSG.

    Graças às suas raízes argelinas, recebeu em abril de 2023 o convite para fazer parte de um período de treinos com a seleção da Argélia. O país, porém, não disputaria a Copa do Mundo e nem as Olimpíadas do ano que vem, em Paris, na França.

    Meses depois de treinar com a Argélia, a meio-campista foi chamada, em junho, pelo técnico do Marrocos, Reynald Pedros, para amistosos preparatórios de olho no Mundial.

    No dia 1º de julho, entrou no intervalo do empate em 0 a 0 com a Itália para fazer sua estreia com a equipe marroquina. Para orgulho de sua mãe, Lahmari teve seu nome incluído na lista de convocadas para a Copa do Mundo.

    Gol histórico e reencontro

    Seu gol contra a Colômbia, na vitória por 1 a 0 sobre as sul-americanas na última partida da fase de grupos, colocou Marrocos, estreante em Copas femininas, nas oitavas de final da competição.

    Pela primeira vez na história, três seleções africanas avançaram para o mata-mata de um Mundial das mulheres – além das marroquinas, África do Sul e Nigéria se classificaram para as oitavas, mas já foram eliminadas.

    “Para ser sincera, eu só pensei na minha família, na minha mãe, na minha avó. E no povo marroquino. Eu não tenho palavras, estou muito contente e agradecida a Deus”, disse Lahmari, visivelmente emocionada, após o jogo com a Colômbia.

    Agora, Marrocos terá pela frente uma das potências mundiais do futebol feminino. Um duelo especial para o país, mas principalmente para a meio-campista de 26 anos, que enfrentará algumas ex-companheiras de seleções francesas de base, como Sakina Karchaoui, Élisa de Almeida e Estelle Cascarino.

    “Esse jogo contra a França tem um significado especial para mim e para as outras franco-marroquinas do grupo. Será uma grande partida, e eu não poderia ter sonhado em um duelo melhor para as oitavas”, afirmou a jogadora à Fifa.

    Quando jovem – e suas convocações constantes reforçavam esse desejo – Anissa Lahmari imaginava um dia poder ouvir a Marselhesa em uma Copa do Mundo vestida de azul. Nesta terça, contudo, ela estará do outro lado, de vermelho, representando as origens de sua mãe e o orgulho marroquino.

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