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    Postura combativa de Vini Jr. incomoda racistas na Espanha, diz pesquisador à CNN

    Para Marcel Diego Tonini, do Centro de Referência do Futebol Brasileiro do Museu do Futebol, o jogador enfrenta racismo sem apoio de instituições espanholas

    Ricardo Gouveiada CNN , em São Paulo

    O racismo no futebol não é novidade, mas se volta ainda mais contra Vinícius Júnior na Espanha do que contra outros atletas.

    Pelo menos três fatores agravam o caso do brasileiro, na avaliação do pesquisador Marcel Diego Tonini, do Centro de Referência do Futebol Brasileiro do Museu do Futebol.

    “Em primeiro lugar é porque se trata de um jogador com talento acima da média, mas outra questão importante é o tom de pele bastante retinto dele”, explicou Tonini em entrevista à CNN Rádio.

    “É bastante nítido com relação a pessoas iguais a ele, que sofrem mais este tipo de violência do que pessoas que tem um tom de pele, embora negro, mais claro.”

    Mas, ainda de acordo com o pesquisador, a situação se destacou e chegou ao patamar em que está, sobretudo, porque Vinícius Júnior tem se levantado contra a discriminação.

    “Quando um atleta enfrenta esses casos, ele se torna um alvo”, afirmou Marcel Diego Tonini, que explicou que os racistas passam a acreditar que precisam atacar mais porque sentem que precisam vencer o jogador e colocá-lo “no lugar dele”.

    Segundo o pesquisador do Museu do Futebol, o cenário se agrava porque o brasileiro bate de frente com o racismo sem contar com um apoio das instituições espanholas que deveriam estar debruçadas sobre o caso.

    “Ele tem sido recorrentemente alvo dessas manifestações [racistas] justamente porque ele está abandonado pelos clubes, pela federação e pela liga”, aponta.

    As soluções, no entendimento de Marcel Diego Tonini, precisam ir além das punições com multa, perda de mando de campo ou até mesmo eliminação de competições.

    Ele lembra que câmeras nos estádios são capazes de identificar os autores de gritos e gestos racistas, de modo que os atos podem também ser individualmente responsabilizados.

    Os torcedores identificados poderiam ser proibidos de assistir as partidas e passar por medidas socioeducativas.

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