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    Olimpíadas 2020 dia #19: Brasil fecha com pratas e a melhor posição da história

    Derrotas em finais no vôlei e no boxe durante a madrugada não impediram o país de terminar os Jogos em 12º lugar

    Seleção feminina de vôlei terminou com a prata nos Jogos Olímpicos
    Seleção feminina de vôlei terminou com a prata nos Jogos Olímpicos Foto: Manu Fernandez/AP

    Leandro Silveira e Paulo Junior, colaboração para a CNN; Daniel Fernandes e Wellington da CNN

    A madrugada foi de prata para o Brasil, com duas derrotas em finais no último dia das Olimpíadas de 2020. Os resultados não impediram o país de terminar os Jogos em 12º lugar, a melhor posição da história, uma acima da alcançada no Rio em 2016. Se viessem mais dois ouros, a delegação brasileira teria ficado em 11º.

    Em Tóquio, a delegação brasileira igualou a marca recorde de sete medalhas de ouro – a mesma de cinco anos atrás –, conquistou seis pratas e oito bronzes. O total de 21 pódios em uma só edição é um recorde entre as participações brasileiras em Olimpíadas.

    No topo do quadro de medalhas, os Estados Unidos ficaram à frente da China com 39 ouros e 113 medalhas no total, contra 38 de ouro e 88 no total dos asiáticos.

    EUA fazem jogaço diante do Brasil no vôlei

    No último ato do esporte brasileiro nos Jogos, a seleção feminina de vôlei perdeu por 3 sets a 0 para os Estados Unidos e fechou a participação com a medalha de prata. As rivais não deram chances para as brasileiras e venceram com muita autoridade por 3 sets a 0 (25-21, 25-20 e 25-14). O resultado, aliás, ajudou a delegação norte-americana a terminar à frente da China na classificação geral das Olimpíadas.

    Estados Unidos e Brasil na final do vôlei feminino
    Norte-americanas foram bem nos bloqueios e na defesa
    Foto: Frank Augstein/AP

    O Brasil chegou a cinco medalhas olímpicas no vôlei feminino: dois ouros, uma prata e dois bronzes. Já os EUA, que vinham de dois títulos contra o Brasil em finais de Liga das Nações, chegaram ao primeiro título em Jogos Olímpicos.

    A nossa preparação foi a melhor possível. A gente sabia da dificuldade, que elas dariam tudo. Estrategicamente elas conseguiram jogar melhor. Mas estou muito orgulhosa desse grupo. A gente não tinha dúvidas que a gente poderia fazer uma grande partida, mas elas foram melhores. Eu espero que a torcida brasileira tenha se orgulhado da gente

    Fernanda Garay, que confirmou ter feito seu último jogo pela seleção

    Prata de Bia encerra boa participação do boxe

    Enquanto Brasil e Estados Unidos disputavam o título olímpico do vôlei feminino, a brasileira Beatriz Ferreira, Bia, subiu no ringue para lutar pelo ouro na categoria peso leve (até 60 kg) do boxe. Campeã mundial em 2019, ela não conseguiu repetir o feito nas Olimpíadas. 

    Beatriz Ferreira e Kellie Harrington trocam golpes na final olimpica
    A irlandesa Kellie Harrington (à direita) foi superior na decisão do ouro
    Foto: AP / Themba Hadebe

    A vitória da irlandesa Kellie Harrington foi unânime, na avaliação dos jurados. Dois deram o triunfo por 30 a 27 para a lutadora europeia, enquanto três apontaram o placar por 29 a 28, o que determinou a medalha de prata para a brasileira.

    O boxe e o skate foram os esportes que mais deram medalhas ao Brasil em Tóquio — três cada um. No caso do boxe, além da prata de Bia, Hebert Souza conquistou o ouro, e Abner Teixeira ficou com o bronze. 

    Bia já pensa nas Olimpíadas de Paris, em 2024.

    Saí do Brasil com a meta de voltar com a medalha-mãe de todas. Tentei mudar a cor, não consegui, mas vou continuar trabalhando para que ela mude. O objetivo era o ouro, mas estou muito contente com essa. Agora o trabalho continua, não vou parar aqui não, vou vender caro

    Beatriz Ferreira

    A maratona tem um bicampeão

    Eliud Kipchoge, do Quênia, comemora a conquista da medalha de ouro na maratona
    Eliud Kipchoge, do Quênia, comemora a conquista da medalha de ouro
    Foto: Shuji Kajiyama / AP

     O queniano Eliud Kipchoge confirmou o favoritismo e conquistou o bicampeonato olímpico da maratona, a mais tradicional prova do programa dos Jogos. Atual recordista mundial, ele foi dominante na disputa, tendo percorrido 42,195 quilômetros em 2h08min38. Com o triunfo, ele se tornou o terceiro homem a ganhar a maratona em duas edições seguidas dos Jogos.

    Kipchoge foi tão soberano que as atenções no fim da prova se concentraram para a disputa das demais posições no pódio. Quem se deu melhor foi o holandês Abdi Nageeye, medalhista de prata com o tempo de 2h09min58, dois segundos à frente de Bashir Abdi, da Bélgica, o terceiro colocado.  O queniano Lawrence Cherono, que vinha na vice-liderança, terminou apenas na quarta posição.

    Daniel do Nascimento no pelotão principal da maratona nas Olimpíadas de Tóquio
    Brasileiro Daniel do Nascimento no pelotão da frente da maratona
    Foto: Shuji Kajiyama / AP

    Em função da elevada umidade relativa do ar nesse período do ano em Tóquio, a disputa da maratona foi transferida para Sapporo. Ainda assim, vários atletas sofreram com as condições climáticas e não conseguiram concluir a competição nas Olimpíadas. Foram 30 abandonos, entre eles os brasileiros Daniel do Nascimento e Daniel Chaves.

    Nascimento esteve no pelotão principal e chegou a liderar a prova no 15º quilômetro, mas pouco depois da passagem pelo 25º, quando ocupava o terceiro lugar, se sentiu mal e foi ao chão, abandonando a disputa

    O único brasileiro a concluir a maratona foi Paulo Roberto de Paula, que terminou em 69º lugar. 

    Americanas são recordistas no basquete

    Em 23 minutos, Bird fez sete pontos
    Em 23 minutos, Bird fez sete pontos
    Foto: Eric Gay/AP

     A final do basquete feminino foi peculiar. Em teoria, a final é o jogo que reúne duas das melhores seleções do planeta, capazes de medir forças com algum equilíbrio. Na prática, a seleção do Japão, que alcançou a decisão com uma campanha épica e surpreendente, não conseguiu competir. Os Estados Unidos venceram por 90 a 75 e levaram a medalha de ouro sem precisar de muito esforço.

    A diferença técnica e física entre as equipes é brutal. O contraste em quadra indicou cedo quem seria a campeã. A seleção feminina norte-americana, um verdadeiro Dream Team, acumula uma invencibilidade de 55 jogos em Olimpíadas — não perde desde Barcelona 1992. 

    Os Estados Unidos entraram em um ritmo mais de exibição do que de competição pesada. A descontração teve a “ajuda” do selecionado japonês, que, sem inconformismo, também parecia querer desfrutar do momento. Assim, um clima leve, amistoso, tomou conta do desenrolar da final, e as câmeras, aos poucos, mudaram de foco e mostraram menos a bola e mais a dupla de imortais do basquete: Sue Bird e Diana Taurasi.  Com 39 e 40 anos respectivamente, Bird e Taurasi conseguiram, juntas, o pentacampeonato olímpico. Nunca o basquete teve algum (a) atleta com essa marca. 

    COB ataca CBF em razão de uniformes no pódio

    Seleção Brasileira conquistou bicampeonato olímpico no futebol masculino
    Questão comercial fez seleção romper padrão no pódio olímpico
    Foto: Andre Penner – 7.ago.2021/AP

    Fora das quadras e estádios, a temperatura esquentou por causa do pódio do futebol masculino no sábado (7). O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) afirmou, em nota divulgada no início da madrugada, que “repudia a atitude da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino”.

    Os atletas brasileiros não usaram completamente o uniforme do COB utilizado por toda a delegação brasileira nas Olimpíadas. A seleção foi ao pódio com os agasalhos amarrados na cintura, por questão comercial. Isso porque a marca dos uniformes olímpicos — a chinesa Peak — difere da empresa que patrocina a seleção de futebol — a norte-americana Nike.

    Até o momento, apenas o time de futebol não usou o agasalho completo do patrocinador do COB no pódio.

    Técnica alemã é expulsa por agredir cavalo

    Alemã Annika Schleu
    Atleta alemã Annika Schleu
    Foto: Hassan Ammar/AP

    E as Olimpíadas não terminaram sem uma dura decisão fora das decisões por medalha. A técnica de pentatlo moderno da Alemanha, Kim Raisner, foi desclassificada dos Jogos por bater em um cavalo durante uma prova. O incidente ocorreu enquanto ela tentava ajudar a pentatleta alemã Annika Schleu na sexta-feira (6), antes da rodada de saltos da competição. 

    Ela foi vista acertando o cavalo uma vez acima da perna de trás, e a agressão foi rapidamente divulgada nas redes sociais, o que gerou um debate sobre o bem-estar dos animais que participam do pentatlo moderno.