Olimpíadas 2020 dia #18: Três ouros no melhor dia olímpico da história do Brasil
Isaquias, Hebert Conceição e seleção de futebol consagram 7 de agosto de 2021 como um marco do país nos Jogos
[cnn_galeria id_galeria=”446956″/]
O Brasil fechou o sábado (7) das Olimpíadas de 2020 com a conquista de duas marcas históricas: além de consagrar a melhor campanha nos Jogos – 21 pódios, dois a mais do que no Rio-2016 -, os atletas do país ganharam, pela primeira vez, três medalhas de ouro em um mesmo dia.
O desempenho nas finais neste sábado foi superior a todo o retrospecto brasileiro em Olimpíadas até Atlanta-1996, quando o país registrou três medalhas de ouro na mesma edição dos Jogos pela primeira vez.
O recorde foi alcançado com a seleção masculina de futebol, que venceu a Espanha por 2 a 1 na noite de Tóquio – manhã no Brasil. A vitória veio no sufoco, na prorrogação, com um gol de Malcom. E o futebol brasileiro, depois de anos colecionando decepções na Olimpíada, engatou logo um bicampeonato depois de conseguir o título inédito em 2016.
O sábado vitorioso começou com Isaquias Queiroz, que carregava duas pratas e um bronze conquistados no Rio de Janeiro e perseguia a tão sonhada medalha de ouro. Ela finalmente veio hoje, com uma vitória soberana do baiano na prova do C1 1000m.
O segundo ouro do dia foi de outro baiano: Hebert Conceição, campeão olímpico na categoria até 75 kg no boxe. A vitória parecia improvável depois de Hebert perder os dois primeiros rounds para o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, mas o brasileiro acertou um cruzado que nocauteou o rival restando um minuto e meio para o fim do combate.
As Olimpíadas 2020 estão quase no final, mas o Brasil ainda pode sacramentar sua melhor campanha na história com outras duas medalhas de ouro. Beatriz Ferreira, no boxe, e a seleção feminina de vôlei disputam o título olímpico na madrugada deste domingo (8).
[cnn_galeria id_galeria=”438198″/]
Final no hipismo vai para o desempate
O Brasil esteve em outras duas finais neste sábado. Mais cedo, Kawan Pereira, de apenas 19 anos, terminou em 10º lugar na plataforma de 10m dos saltos ornamentais em sua primeira participação olímpica.
Na noite de Tóquio, o conjunto formado por Marlon Zanotelli, Yuri Mansur e Pedro Veniss competiu na final do salto por equipes do hipismo. O desempenho, no entanto, foi insuficiente para uma briga pelo pódio: os três cavaleiros derrubaram obstáculos e somaram 29 pontos de penalização, deixando o Brasil na sexta colocação entre os 10 finalistas.
A disputa pela medalha de ouro foi dramática. A França estava perto do título quando a amazona Penelope Leprevost viu seu cavalo refugar. A equipe foi eliminada e perdeu qualquer chance de conquista de uma medalha.
Suécia e Estados Unidos, que estavam empatados na segunda posição, precisaram enfrentar uma rodada de desempate para definir o campeão. Ambos terminaram o desempate zerados em faltas, mas o conjunto sueco levou o ouro por ter completado o percurso em um tempo menor. O bronze ficou com a Bélgica.
Norte-americana supera medalhas de Carl Lewis
Depois de uma eliminação traumática na eliminatória do revezamento 4x100m, que gerou críticas de estrelas como Carl Lewis, os Estados Unidos conquistaram duas vitórias importantes no atletismo de pista neste sábado. Os ouros vieram nas provas masculina e feminina do revezamento 4x400m; nesta última, Allyson Felix bateu um recorde do próprio Lewis.
Felix levou sua 11ª medalha olímpica – a sétima de ouro – e alcançou o maior número de pódios da história do atletismo do país. Lewis, com dez medalhas, continua na frente no número de ouros: foram oito, no total, entre os Jogos de 1984 e 1996.
Outro destaque no dia do atletismo ocorreu nos 1.500m. O norueguês Jakob Ingebrigtsen, de 20 anos, conquistou a medalha de ouro e bateu o recorde olímpico da prova com a marca de 3min28s32.
O curioso é que o recorde havia sido derrubado dois dias antes, nas eliminatórias, por Abel Kipsang, do Quênia. Kipsang, no entanto, não repetiu odesempenho na final e terminou apenas em quarto lugar. O pódio foi completado pelo queniano Timothy Cheruiyot, prata, e o britânico Josh Kerr, bronze.
França contém reação de russos e leva ouro no vôlei
Pesadelo do Brasil na semifinal do vôlei masculino, a equipe do Comitê Olímpico Russo assustou a França e quase ficou com o título. Os franceses fecharam os dois primeiros sets, com direito a uma ‘lavada’ na segunda parcial, mas acabaram sofrendo o empate. A decisão foi para o tie break. Apesar do susto, a França se recuperou e fechou o jogo em 3 sets a 2, com parciais de 25/23, 25/17, 21/25, 21/25 e 15/12, em 2h15min de partida.
Foi a primeira medalha da história do país no vôlei dos Jogos Olímpicos. Agora, os franceses tentarão o bi em 2024, em casa, com um reforço importante: o técnico brasileiro Bernardinho, já fechado para comandar a seleção masculina no próximo ciclo olímpico.
Quarto colocado, Brasil tem clima de indefinição
A eliminação diante dos russos e a posterior derrota para a Argentina na disputa pelo bronze deixaram um ar de indefinição em torno da seleção masculina de vôlei, que ficou fora do pódio pela primeira vez desde 2000. O técnico Renan Dal Zotto foi cauteloso ao falar do futuro, citando a disputa do Sul-Americano, em setembro, e um eventual alinhamento com a Confederação Brasileira de Vôlei.
A primeira coisa é o Sul-Americano, daqui a poucos dias. Depois, temos que sentar para ver os planos e começar a pensar no novo ciclo. Com certeza, pode haver mudanças. Mas o momento é de muita cautela. Precisamos conversar com a CBV, ver com os jogadores e se preparar.
Renan Dal Zotto, ao Olimpíada Todo Dia
Diário da madrugada
A madrugada brasileira foi marcada por duas medalhas de ouro, que deixou desenhado o caminho para o dia mais vitorioso da delegação brasileira em Olimpíadas, com três medalhas de ouro. As duas primeiras foram conquistadas antes de o sol nascer no Brasil, com Isaquias Queiroz na canoagem e Hebert Conceição no boxe.
O dia olímpico em Tóquio teve ainda o melhor desempenho de um brasileiro nos saltos ornamentais, a vitória apertada do “Dream Team” contra a França na final do basquete masculino, entre outros destaques dos Jogos de Tóquio, e tudo isso você lê aqui.