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    ‘Novos ricos’, Chelsea e City disputam a 3ª final inglesa da Liga dos Campeões

    Sem tradição continental, clubes buscam, além do título, afirmação no cenário europeu depois de serem adquiridos por bilionários e despontarem no futebol inglês

    Daniel Fernandes, da CNN, em São Paulo

    A terceira final entre dois times ingleses na Liga dos Campeões, que será realizada neste sábado (29), às 16h (horário de Brasília), no Porto, em Portugal, terá um atrativo além da rivalidade local e das estrelas do futebol mundial que vestem as camisas dos clubes, e coloca em disputa dois times geridos de maneira semelhante: como empresas e abastecidos por altos investimentos de bilionários.

    O jogo será transmitido na TV pela TNT, no Facebook do TNT Sports e na internet pelo Estádio TNT Sports.

    Tanto o time de Manchester como a equipe londrina têm um histórico recente semelhante. Tradicionais mas pouco vitoriosos no futebol inglês, ambos viveram décadas sem grandes conquistas e sem conseguir fazer frente a seus rivais até serem comprados por donos bilionários e, após uma grande injeção de dinheiro, se projetarem no cenário nacional para depois buscar conquistar o continente. 

    Além disso, ambas as equipes se envolveram recentemente em uma polêmica justamente contra a Liga dos Campeões, ao apoiarem a criação, junto de outros 10 times europeus, da Superliga, que competiria exatamente com o torneio organizado pela Uefa que agora disputam. Após a grande pressão, porém, os times abandonaram o projeto dias depois de seu anúncio.

    Times ingleses farão a grande final da Liga dos Campeões neste sábado
    Times ingleses farão a grande final da Liga dos Campeões neste sábado
    Foto: Manchester City/Divulgação

    Nova realidade

    Comprado em 2003 pelo bilionário russo Roman Abramovich por 140 milhões de libras (aproximadamente R$ 1 bilhão na cotação atual), o “novo Chelsea” logo mostrou resultado: na temporada seguinte, 2004/2005, os Blues saíram da fila de 50 anos e conquistaram a Premier League, mostrando aos demais times ingleses que uma nova potência surgia no país. 

    Além disso, na mesma temporada, a equipe chegou à semifinal da Liga dos Campeões, mas acabou eliminada por outro rival inglês, o Liverpool, que acabaria conquistando a competição em uma emocionante final contra o Milan. 

    Em 2005 o time de Londres conquistou o bicampeonato nacional, confirmando seu poder local, mas não conseguiu ainda bater de frente com os outros times do continente e caiu nas semifinais da Liga dos Campeões daquele ano, em uma busca frustrada pela competição continental que ainda duraria anos.

    Na temporada 2007/2008, os Blues atingiram até então seu melhor desempenho em uma Liga dos Campeões, na primeira final inglesa da competição, e chegaram à tão desejada final de liga, mas tropeçaram diante do outro time de Manchester, o United, comandado por Cristiano Ronaldo. 

    Foi só em 2011/2012, quase 10 anos após o início da nova fase milionária do time, que o Chelsea finalmente conquistou a Europa e, após bater o Bayern de Munique, venceu seu primeiro – e até agora único – troféu do principal torneio continental do mundo. 

    Caminhos semelhantes

    Comprado cinco anos depois do Chelsea, em 2008, por 210 milhões de libras (aproximadamente R$ 1,5 bilhão na cotação atual), o City segue um caminho semelhante ao do rival da final deste sábado: já provou seu poder dentro da liga inglesa e agora tenta alcançar o maior feito de sua história.

    Apesar de ter demorado mais tempo do que o time londrino para conquistar um título relevante após sua compra, o City deixou de ser o “primo pobre” de Manchester. Desde sua aquisição, já venceu cinco vezes a liga inglesa, título que não era conquistado desde a temporada 1967/1968. 

    Após sucessivos fracassos na Liga dos Campões — competição na qual nunca conseguiu ir além das semifinais –, o City chega à terceira final inglesa da história da competição europeia depois de vencer outro “novo rico” europeu, o PSG, de Neymar, nas semifinais, e, assim como o rival do jogo de sábado fez em 2012, busca, além do troféu, demonstrar que os milhões investidos levaram o time de coadjuvante local a um protagonista no cenário mundial do futebol.

    Pep Guardiola
    Time de Pep Guardiola teve a melhor campanha da primeira fase da competição, junto do Bayern
    Foto: Alexander Hassenstein/Gettyimages

    Desempenho parecido

    Além das trajetórias ascendentes no cenário do futebol como semelhança, os dois times ingleses têm campanhas parecidas na competição e se classificaram em primeiro lugar e invictos em seus grupos.

    Com o melhor aproveitamento na fase de grupos (88,9%) ao lado do Bayern de Munique, o City terminou a primeira etapa da competição com 16 pontos, com cinco vitórias e um empate no bloco que tinha como adversários o Porto, de Portugal, o Olympiacos, da Grécia, e o Olympique de Marselha, da França. 

    Na sequência, a equipe de Pep Guardiola — que voltará a disputar uma final de Liga dos Campeões após 10 anos, quando venceu o torneio com o Barcelona em 2011 — bateu nas oitavas o Borussia Mönchengladbach, da Alemanha, o também alemão Borussia Dortmund nas quartas e o PSG nas semifinais da competição. 

    Thomas Tuchel
    Alemão Thomas Tuchel disputará sua segunda final de Liga dos Campeões consecutiva
    Foto: Alexander Hassenstein/Gettyimages

    Com dois pontos a menos, o Chelsea teve um aproveitamento de 77,8% na fase de grupos desta Liga dos Campeões, na qual enfrentou o Sevilla, da Espanha, o Krasnodar, da Rússia, e o francês Rennes, e terminou com quatro vitórias e dois empates. 

    Na fase eliminatória, o time de Thomas Tuchel — que fará sua segunda final consecutiva na competição depois de ser derrotado na última temporada no comando do PSG contra o Bayern de Munique — derrotou o atual campeão espanhol, Atlético de Madri, nas oitavas; o Porto nas quartas e o maior campeão da Liga dos Campeões, o Real Madrid, na semifinal. 

    Estádio do Dragão, do Porto, em Portugal, será o palco da grande final
    Estádio do Dragão, do Porto, em Portugal, será o palco da grande final
    Foto: Marc Atkins/Gettyimages

    Final terá público no estádio

    Após o longo caminho na competição continental, que antes seria decidida em Istambul, na Turquia, os times ingleses se enfrentarão neste sábado no Estádio do Dragão, que pertence ao Porto, em Portugal, depois de uma mudança feita pela Uefa. 

    A final estava marcada para o Estádio Olímpico Ataturk, em Istambul, mas a Turquia colocou o Reino Unido na “lista vermelha” de viagens, o que significa que nenhum torcedor inglês poderia ir ao jogo.

    Houve discussões para transferir a final para o Estádio de Wembley, em Londres, mas a Uefa afirmou que, apesar de “esforços exaustivos por parte da federação inglesa e das autoridades, não foi possível obter as exceções necessárias nas exigências de quarentena do Reino Unido”.

    Com isso, a grande final, diferentemente da última entre PSG e Bayern de Munique, terá a presença de público, que poderá acompanhar uma interessante disputa de duas novas potências do futebol inglês em busca de afirmação no cenário europeu.

    Horário: 16h (horário de Brasília)
    Local: estádio do Dragão, no Porto (POR)
    Árbitro: Antonio Miguel Mateu Lahoz (ESP)
    Assistentes: Pau Cebrián Devis (ESP) e Roberto Díaz Pérez del Palomar (ESP)

    Manchester City
    Ederson; Walker, Stones, Rúben Dias e Zinchenko; Fernandinho, Gündogan e Bernardo Silva; Mahrez, Phil Foden e Kevin De Bruyne
    Técnico: Pep Guardiola

    Chelsea
    Mendy; Christensen, Thiago Silva e Rüdiger; Azpilicueta, Jorginho, Kanté e Chilwell; Kai Havertz, Mason Mount e Timo Werner
    Técnico: Thomas Tuchel

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