Indonésia vai demolir estádio de futebol onde tumulto matou mais de 130
Após reunião com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, presidente Joko Widodo afirmou ter concordado sobre mudanças significativas na forma como o esporte é administrado no país
A Indonésia vai demolir e reconstruir um estádio de futebol onde um tumulto matou mais de 130 pessoas este mês, disse o presidente Joko Widodo nesta terça-feira (18), prometendo “transformar completamente” o esporte no país louco por futebol.
O presidente, popularmente conhecido como Jokowi, falava à imprensa no palácio do estado após se encontrar com Gianni Infantino, chefe da entidade que governa o futebol mundial, a Fifa.
“O estádio Kanjuruhan, em Malang, vamos demoli-lo e reconstruí-lo de acordo com os padrões da Fifa”, disse ele.
O tumulto mortal após uma partida da liga na cidade de Malang, em 1º de outubro, foi atribuído à polícia que disparou gás lacrimogêneo no estádio, uma medida de controle de multidões proibida pela Fifa.
O presidente disse que concordou com Infantino sobre mudanças significativas na forma como o esporte é administrado na Indonésia.
“Concordamos em transformar completamente o futebol indonésio”, disse ele. “Todos os aspectos da preparação… precisam ser baseados nos padrões da Fifa”.
O encontro entre Jokowi e Infantino ocorre depois que a Indonésia e a Fifa concordaram em formar uma força-tarefa conjunta após a tragédia do estádio e enquanto o país se prepara para sediar a Copa do Mundo Sub-20 no próximo ano.
Falando ao lado de Jokowi, Infantino disse que a primeira prioridade da Fifa é garantir a segurança de jogadores e torcedores no país do sudeste asiático.
“Este é um país do futebol, um país onde o futebol é uma paixão para mais de 100 milhões de pessoas”, disse ele. “Devemos a elas que, quando virem uma partida, estejam seguras e protegidas”.
Infantino, que presenteou o presidente com uma camisa vermelha da Fifa com seu nome impresso, disse que o órgão global de futebol trabalhará em estreita colaboração com o governo para garantir que todos os estádios atendam aos requisitos de segurança e que a Copa do Mundo Sub-20 ocorra sem problemas no próximo ano.
Sob pressão para explicar o que causou um dos maiores desastres em estádios do mundo, uma equipe de investigação formada pelo governo divulgou um relatório na semana passada que concluiu que o uso “excessivo” e “indiscriminado” de gás lacrimogêneo foi a principal causa de morte.
Enquanto os torcedores tentavam sair do estádio após a derrota do time da casa Arema FC para o Persebaya Surabaya, eles foram pegos em um impacto mortal, com muitos, incluindo mais de 40 menores, morrendo por asfixia.
O relatório também identificou outros fatores contribuintes, incluindo o estádio lotado além da capacidade, portas de saída trancadas e uma pressão dos dirigentes da liga para realizar o jogo à noite para garantir melhores classificações para uma emissora local, apesar de um pedido da polícia para realizar uma partida entre rivais ferozes durante o dia.
A equipe de apuração de fatos também disse que mais de três horas de imagens de câmeras de segurança cerca de uma hora após a partida foram excluídas. A equipe solicitou que a polícia forneça essas imagens.
A equipe também pediu que o chefe da Associação Indonésia de Futebol renuncie.
(Redação: Kate Lamb; edição: Ed Davies e Raju Gopalakrishnan
