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    Gritos homofóbicos mancham volta de público aos jogos da Premier League

    Billy Gilmour, do Norwich City, foi vítima de gritos preconceituosos de parte dos torcedores do Liverpool; liga diz estar comprometida com ações inclusivas

    Billy Gilmour, do Norwich City, foi vítima de gritos homofóbicos em jogo contra o Liverpool
    Billy Gilmour, do Norwich City, foi vítima de gritos homofóbicos em jogo contra o Liverpool Foto: Joe Giddens - 14.ago.2021/PA Images via Getty Images

    John Sinnott, da CNN

    Centenas de milhares de torcedores assistiram aos jogos da Premier League, na Inglaterra, neste fim de semana pela primeira vez em quase 18 meses. Uma das partidas, porém, foi marcada por gritos homofóbicos e outra por “incidentes isolados de desordem” antes do início do jogo.

    O meio-campista do Norwich City Billy Gilmour, emprestado pelo Chelsea ao clube recém-promovido, foi alvo de gritos homofóbicos de alguns torcedores do Liverpool durante a vitória do time visitante em Carrow Road, no sábado (14).

    “Grande resultado hoje marcado por gritos homofóbicos de alguns de nossos fãs visando o [jogador] emprestado do Chelsea, Billy Gilmour”, tuitou o Kop Outs, grupo de torcedores LGBTQIA+ do Liverpool.

    “Se você não consegue apoiar [o clube] sem recorrer a tolices preconceituosas, você não entende a YNWA”, concluiu o tuíte, uma referência ao hino do clube “Você nunca caminhará sozinho” (YNWA, em inglês).

    A conta do Liverpool no Twitter disse que o cântico era “ofensivo e inapropriado – uma mensagem que comunicamos repetidamente ao lado do Kop Outs”.

    “Pedimos aos torcedores que se lembrem dos valores inclusivos do clube e evitem usar [os gritos ofensivos] no futuro.”

    ‘Ações irracionais’

    De acordo com George Starkey-Midha, que trabalhou para a organização anti-discriminação Kick It Out, os gritos homofóbicos tem origem na década de 1980 “e pretenden ser um insulto para sugerir que todos os fãs do Chelsea são gays”.

    O Grupo oficial de apoiadores LGBTQIA+ e amigos do Chelsea tuitou que “continuará a trabalhar com clubes e autoridades em todos os jogos para garantir que a homofobia, a bifobia e a transfobia sejam eliminadas do futebol”.

    Enquanto isso, mais de 70 mil torcedores assistiram ao Manchester United vencer o Leeds United por 5 a 1, também no sábado, embora a polícia tenha feito seis prisões durante o dia na cidade do norte da Inglaterra.

    Cinco prisões foram relacionadas a crimes de ordem pública e uma por suspeita de crime com drogas, de acordo com a Polícia da Grande Manchester.

    “Esses suspeitos permanecem sob custódia em celas na Grande Manchester para interrogatório”, disse o superintendente Stuart Ellison, no sábado.

    “O trabalho começou imediatamente, em conjunto com investigadores de futebol do Manchester United e do Leeds United, para identificar os infratores e os que cometeram outros incidentes de desordem, para podermos trazê-los para a autuação por suas ações estúpidas”, acrescentou Ellison.

    ‘Respeitando as pessoas ao seu redor’

    Na semana passada, o presidente-executivo da Premier League, Richard Masters, disse que “combater a discriminação é uma prioridade” para a organização e seus 20 clubes.

    “Este ano, temos três coisas para conversar no início da temporada. Introduzimos um banimento em toda a liga, então, se você for pego, será banido não apenas do seu próprio clube, mas de todos os outros clubes da Premier League também”, disse Masters em entrevista à Premier League Productions.

    “Em segundo lugar, com os fãs voltando, estamos trabalhando com os comissários, para ajudá-los a lidar com algumas dessas questões, caso surjam. Esperamos que não. E, finalmente, estamos trabalhando com grupos de torcedores, por meio de nosso Fundo de Torcedores, para ajudar a financiar parte da educação para que as pessoas possam entender completamente o impacto do abuso discriminatório contraas pessoas.”

    Na sexta-feira (13), Masters também falou sobre sua empolgação com a perspectiva de estádios cheios de torcedores depois que os principais clubes do futebol inglês enfrentaram o impacto da pandemia no último ano e meio.

    “Março de 2020 foi a última vez que tivemos uma rodada de jogos com estádios cheios, então é um grande alívio para todos podermos abrir as catracas novamente”, disse ele, em um comunicado.

    “Mais de 300.000 fãs estão passando pelas catracas neste fim de semana em ambientes barulhentos, mas também seguros. Pedimos aos nossos apoiadores que sigam um novo código de conduta, que é o que todos nós temos seguido nos últimos 18 meses, com bom senso sobre usar máscaras em ambientes fechados, obedecer a sinalização, ser higiênico e respeitar as pessoas ao seu redor.”

    Mais de três quartos dos adultos no Reino Unido já receberam duas doses de uma vacina contra Covid-19, disse o Departamento de Saúde e Assistência Social.

    A Public Health England disse que as vacinas são altamente eficazes na prevenção de hospitalização e mortes, com uma estimativa de 60.000 mortes evitadas.

    (Texto traduzido; leia o original em inglês)